O
combate efetivo à malária em áreas indígenas rendeu à Secretaria Especial de
Saúde Indígena (SESAI) do Ministério da Saúde (MS) em 2018 o título “Campeões
Contra a Malária nas Américas”. A premiação é concedida pela Organização
Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) e foi entregue à
SESAI nesta terça-feira (06), Dia da Malária nas Américas, durante cerimônia
realizada em Washington (EUA). Participaram do evento o Secretário Especial de
Saúde Indígena, Marco Toccolini, e o Coordenador Distrital de Saúde Indígena do
Alto Rio Solimões, Weydson Gossel Pereira.
Em
2017, o Distrito Sanitário Especial Indígena Alto Rio Solimões (DSEI ARS), um
dos 25 localizados na Região da Amazônia – área endêmica para a doença –,
alcançou seu melhor resultado no combate à malária em área indígena, fechando o
ano com o registro de 485 notificações numa população de 68.430 indígenas,
distribuídos em 233 aldeias. Em 2013, o número de notificações no DSEI havia
alcançado 6.311 casos de malária.
MELHORES
PRÁTICAS - MALÁRIA
A
premiação internacional, que está na sua 10ª edição, tem por objetivo destacar
as melhores práticas no combate à enfermidade, além de estimular a disseminação
de informações sobre prevenção, diagnóstico e tratamento da doença. A
instituição premiada recebe benefícios para seus projetos, como capacitações,
colaboração técnica e a distinção de “modelo e inspiração para a batalha global
contra a malária”.
Para
Marco Toccolini, “o reconhecimento dos esforços empreendidos pela SESAI no
combate à malária é fruto de uma gestão responsável e transparente na aplicação
dos recursos financeiros e dos investimentos na qualificação de profissionais e
agentes de saúde; e para que o Brasil continue alcançando grandes resultados, é
imprescindível garantir a boa governança
das políticas de saúde indígena nos próximos anos”, diz. E para Weydson
Pereira, o título concedido à SESAI “representa a coroação dos esforços das
equipes de trabalho, da parceria com os entes federativos e da qualificação dos
investimentos da SESAI no combate à malária”.
DSEI
ALTO RIO SOLIMÕES
O
território do DSEI ARS foi o único na Amazônia legal a reduzir em dois anos
consecutivos a Incidência Parasitária Anual (IPA) de Malária. Em 2015, a região
era uma área de alto risco para malária, com IPA=70; em 2016, passou para médio
risco, com IPA=16,7; em 2017, o resultado obtido foi histórico, com a redução
para a categoria de baixo risco para malária, com IPA=7,11. Isso equivale a uma
redução de mais de quatro mil casos da doença.
A
redução no número de casos é reflexo, principalmente, da descentralização das
ações de prevenção e controle da malária e da oferta de tratamento pelo SUS.
Houve melhor estruturação e aumento das equipes de endemias, que propiciaram a
ampliação do diagnóstico nas microrregiões e das ações desenvolvidas em conjunto
com os municípios para o combate à procriação de larvas e mosquitos.
Dentre
as ações que se destacaram, estão o controle vetorial com “fumacês” e
capacitações para execução de ações de saúde focadas na eliminação de vetores,
incluindo a formulação de material pedagógico na língua Ticuna (língua indígena
mais falada na região), de maneira a facilitar a compreensão das ações pelos
Agentes Indígenas de Saúde (AIS) e população indígena.
SESAI
A
Secretaria Especial de Saúde Indígena presta serviços a uma população de
774.163 indivíduos em todo o Brasil. São 305 povos distintos, 274 línguas
diferentes e 5.558 aldeias localizadas em 688 terras indígenas (60,4%
regularizadas), que representam 12,6% do território brasileiro. Em 2018, as
Equipes Multidisciplinares de Saúde Indígena (EMSI) da SESAI realizaram 4,5
milhões de atendimentos nos territórios dos DSEI. [Fonte: Portal da Saúde]
Foto
relacionada à divulgação/ascom-ms
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