Por Gabriella Pereira do Nascimento
Coordenadora Pedagógica - Casa Durval Paiva
Tratar sobre
alfabetização é um tema controverso, principalmente nas últimas décadas; sempre
que uma discussão a esse respeito é aberta, novas visões sobre a perspectiva do
ato de alfabetizar surgem, pois é preciso convir que esse processo é tão
mutável quanto o contexto que ele está sendo desenvolvido.
A escola é,
por excelência, o espaço oficialmente destinado a possibilitar o
desencadeamento desse processo nos educandos. Desencadear e aperfeiçoar, se
pensarmos no longo percurso que o educando tem quando se trata de
escolarização, e, especialmente, se unificarmos a alfabetização ao letramento,
pois assim estendemos tal processo por toda a vida escolar do aluno, à medida
que novos desafios são propostos.
A descoberta
da função social da escrita pelo educando é fator impreterível para que este
busque ser de fato um leitor e um escritor, pois passa a entender o real
sentido que a obtenção dessas habilidades traz para sua vida.
Compreendo
que as práticas escolares devem transcender a estrutura física da escola, pois
esta é uma instituição social. Torna-se de inegável importância à ruptura das
barreiras atitudinais e sociais para garantir que os estudantes, mesmo não
dispondo dos meios comuns de acesso a escolarização, deem continuidade a esta.
Nesta
perspectiva, casas de apoio e hospitais são espaços em que a alfabetização pode
e deve ser promovida. Embora a princípio pareça um local improvável para tal
dinâmica, vale ressaltar que nos últimos anos, o serviço de atendimento
educacional hospitalar e domiciliar tem ganhado cada vez mais espaço e
significado para crianças e adolescentes em tratamento médico. Embora esta
práxis pedagógica seja diretamente relacionada em seus documentos oficiais na
educação especial, não podemos deixar de pontuar que a mesma acontece também em
espaços não formais de educação.
É nessa
perspectiva que a educação acontece, por exemplo, na Casa Durval Paiva e por
isso remete-se a necessidade de assegurar o ensino básico escolar às crianças e
adolescentes que, devido ao tratamento médico oncológico ou hematológico não
podem frequentar a escola regular, mas também na busca por essa seguridade, a
instituição trabalha de forma a potencializar o ensino com um trabalho
essencialmente lúdico, interdisciplinar e cultural, a fim de tornar prazerosa a
aquisição de conhecimentos.
Através da
proposição deste serviço é possível que os pacientes deem continuidade ao
processo de escolarização. Com isso, por muitas vezes a sala de aula do
hospital é a primeira vivência escolar ou até mesmo a oportunidade de retomar
seu processo.
Assim, mesmo
que o estudante esteja impossibilitado de frequentar a escola, é através das
classes hospitalares e domiciliares que se perpetua a responsabilidade social
com a formação dos indivíduos que precede a essência escolar. A alfabetização
deve ser a principal aliada nessa luta educacional, pois esta permite ao
sujeito uma liberdade de pensamento e expressão, fazendo com que exercite sua
capacidade mental e aumente sua habilidade cognitiva. Nesse sentido, não deve
ser apenas um fim, mas o meio pelo qual a educação alcança seus objetivos.
Assessoria de Comunicação Casa Durval Paiva
Foto relacionada à divulgação
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