Por Cinthia Moreno
Fisioterapeuta – Casa Durval Paiva
CREFITO 83476-F
A Associação
Internacional para o Estudo da Dor define dor como uma "experiência
sensitiva e emocional desagradável associada ou relacionada à lesão real ou
potencial dos tecidos. Cada indivíduo aprende a utilizar esse termo através das
suas experiências anteriores". Assim, entendemos a dor como um fenômeno
individual, complexo e multifatorial. Para sua avaliação é preciso considerar
os aspectos físicos, emocionais, sociais e espirituais.
Estudos
mostram que a dor está presente em vários estágios do câncer, sendo observada no
momento do diagnóstico e em cerca de 70 a 90% dos pacientes em estágios
avançados. A dor do câncer pode ser devida ao tumor primário ou suas
metástases, ao tratamento e aos métodos de investigação, podendo causar
prejuízos funcionais, como a restrição ao leito com as suas consequências
(comprometimento da amplitude de movimento, do condicionamento físico, da força
muscular e da flexibilidade) e a diminuição do convívio social e do lazer.
Apesar de
ser subjetiva, é possível avaliar a dor através do relato da sensação do
paciente e mensurá-la através de instrumentos (questionários) e escalas. A
escala numérica é utilizada para mensurar a intensidade da dor que varia de 0 a
10, onde o 0 corresponde a ausência de dor e 10 a uma dor intensa,
insuportável. Para crianças, pode-se utilizar uma escala com expressões faciais
para que ela identifique a expressão que melhor lhe representa quando está com
dor.
Alguns
recursos fisioterapêuticos desempenham um papel importante no controle e
diminuição da dor, como podemos observar no atendimento do setor de
fisioterapia da Casa Durval Paiva. A estimulação nervosa elétrica transcutânea
(TENS) é uma das modalidades utilizadas para este fim. A corrente elétrica
produzida consegue impedir que as mensagens de dor sejam transmitidas ao
cérebro, o alívio pode durar algumas horas e pode ainda reduzir de forma
significativa a quantidade de analgésicos e, consequentemente, seus efeitos
colaterais.
Outra
modalidade utilizada é a aplicação local de calor ou frio (compressas de gelo).
O calor aumenta o fluxo sanguíneo e relaxa a musculatura. Já o frio diminui o
fluxo sanguíneo, o inchaço e reduz a velocidade de condução do nervo que leva
os estímulos de dor ao cérebro. Técnicas de massagem podem ser utilizadas para
promover relaxamento muscular e conforto. Todos os recursos para diminuir a dor
são utilizados também nos cuidados paliativos, onde o objetivo principal é
promover conforto e qualidade de vida. Vale ressaltar que a escolha do recurso
deve ser individualizada, considerando as características e condições de cada
paciente. Orientar o paciente e os responsáveis a tomarem medidas preventivas
para que não tenham piora do quadro doloroso é outro fator importante.
É
fundamental que os profissionais envolvidos no tratamento e reabilitação dos
pacientes sejam capacitados e tenham um bom relacionamento com os mesmos e suas
famílias para compreender suas queixas e tomar as medidas necessárias.
Foto relacionada à divulgação
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