O
vírus das Fake News
Por Renato Strauss*
Acompanhando
a evolução das ferramentas de comunicação, as Fake News vêm ampliando seus
impactos no cotidiano das pessoas. Na saúde, o tema é visível ao analisar que
parte da redução do índice de vacinação nacional tem sido impactado pelas
notícias falsas relacionadas às vacinas. Ao longo dos anos, a disseminação das
mentiras e enganos ganharam velocidade e amplitude demandando novas estratégias
para levar informação qualificada ao público.
A
saúde, sem dúvida, é um dos temas preferidos no universo das Fake News. Os
temas apelativos sobre vida e morte, engordar e emagrecer, achados
surpreendentes de cura e curiosidades do mundo irreal, entre tantos outros,
ganham especial atenção daqueles habituados a compartilhar informações sem a
devida checagem. Para se ter uma ideia, desde março, quando o Ministério da
Saúde montou um time para acompanhar as notícias falsas nas redes, mais de 185
temas enganosos foram encontrados e replicados entre milhões de usuários.
Compartilhar
notícias falsas sobre a saúde, no entanto, não é situação sem consequências.
Veja o caso do sarampo no país: 7 mortes e 1.553 casos foram notificados até o
dia 28 de agosto. Uma doença completamente evitável. Saber que mortes e casos
de doenças podem estar relacionados a má informação sobre a vacina, não é
confortante. O imunizante foi acusado nas redes, por exemplo, de causar uma
doença mental. Infelizmente, o tema é cíclico e, de tempos em tempos, volta a
circular. Saiba: a vacina é segura e a notícia, falsa.
O
Ministério da Saúde vinha realizando um rastreamento diário pelo mundo digital.
São mais de 7.000 menções sobre o universo da saúde analisados diariamente.
Quando uma notícia falsa é encontrada, duas ações podem ser desenvolvidas: 1 –
a intervenção direta no perfil de quem compartilhou o dado incorreto, ou 2 – a
utilização das plataformas da pasta para dar o conteúdo adequado para a
população. Veja que um único card feito pela pasta para negar a existência de
um vírus da gripe mutante e mortal gerou mais de 22 mil compartilhamentos,
1.580 comentários, 11.890 reações e um alcance de mais de 2 milhões de
usuários. Números grandes para um desafio no mesmo nível.
Nesta
semana, mais um passo foi dado para garantir informações confiáveis sobre
saúde. O Ministério da Saúde abriu mais um canal direto com o usuário por meio
do WhatsApp. A rede é a mais difícil de ser monitorada. Em geral, os
profissionais de monitoramento dependem de sua própria rede de conhecidos para
receber as Fake News da rede e iniciar uma contrarresposta. O canal tem
objetivo de falar diretamente com os usuários. No primeiro dia, foram mais de
100 mensagens, projetando uma potencial média de 3.000 dúvidas por mês.
Então,
fica o convite para tirar suas dúvidas sempre que receber algo duvidoso,
enviando mensagem para o número (61) 9 9289-4640. Aproveite e passe também esse
contato para o sempre polêmico grupo da família. Boa saúde, sem Fake News.
*Renato Strauss é chefe da Assessoria de
Imprensa e Informação do Ministério da Saúde/com publicação no Blog da Saúde.
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