Por Patrícia Oliveira Araújo
Arte Educadora - Casa Durval Paiva
Embora hoje
em dia vivamos em um mundo quase que em sua totalidade capitalista,
alternativas de rentabilidade vêm surgindo para beneficiar as classes menos
favorecidas, como por exemplo, a economia solidária, a qual defende em seus
fundamentos: a igualdade, a solidariedade e a autogestão. Essa prática surgiu
como forma de favorecer a formação de microempreendimentos na produção
artesanal e na organização de cooperativas de trabalho.
A economia
solidária, geralmente é praticada por trabalhadores do meio rural e urbano,
que, diante das incompatibilidades do mundo capitalista, vivem processos de
exclusão social. Por não conseguirem inserirem-se neste padrão social, eles
acabam vivendo de maneira precária, isto é, não conseguem ter acesso aos
direitos sociais necessários para viver com dignidade e cidadania.
Uma
experiência que tem dado certo é a utilização dos princípios da economia
solidária na Casa de Apoio à Criança Com Câncer Durval Paiva, que assiste as
mães/acompanhantes das crianças e adolescentes em tratamento oncológico ou
hematológico. Através do setor de artes, a Casa de Apoio vem desenvolvendo
atividades que possibilitam às mulheres desviarem o foco do tratamento contra o
câncer e, em contra partida, desenvolverem aptidão para diversas técnicas do
artesanato.
Os trabalhos
desenvolvidos no setor têm como objetivo utilizar o espaço para a interação,
integração e socialização das mães/acompanhantes, ajudando-as a ver o
artesanato mesmo que a princípio ‘amador’, como mediação alternativa para a
rentabilidade, visto que essas mães tem sua renda cessada ao acompanhar seus
filhos no tratamento contra o câncer.
Ao
praticarem os princípios da economia solidária no setor de artes, as
mães/acompanhantes da instituição têm tido a oportunidade de desenvolver de
forma cooperativa os artesanatos em sala de aula. Em razão dessas mulheres
terem uma rotina muito pesada diante o tratamento dos filhos, não conseguem se
dedicar exclusivamente ao desenvolvimento de seus trabalhos.
Em contra
partida, trabalhando de forma cooperativa, onde os propósitos e interesses são
desenvolvidos de forma conjunta, buscando a obtenção de um resultado comum a
todas, as mães/acompanhantes ajudam umas às outras, fazendo com que os
trabalhos não sejam cessados. Mesmo que uma mãe porventura não tenha tido a
oportunidade de finalizar seu trabalho, outra acompanhante desenvolve este artesanato
de forma voluntária, pois todas buscam o bem comum.
Dessa forma,
as mães/acompanhantes aprendem um novo ofício que lhes resgata a dignidade,
reinsere no mercado de trabalho, como também, ajuda a serem protagonistas de
seus destinos.
Assessoria de Comunicação Casa Durval Paiva
Foto relacionada à divulgação
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