Ainda na
infância, Benedita Maria do Nascimento, a caçula entre nove irmãs, aprendeu com
o pai a arte de transformar cipó em cestas e balaios no sítio Oiteiros, em São
Gonçalo do Amarante, região metropolitana de Natal, no Rio Grande do Norte.
Durante
décadas, esse saber ficou na escuridão do anonimato. Até que, segundo conta
Benedita, há quase trinta anos foi convidada a dividir suas memórias com
estudiosos, participar de debates sobre cultura popular e apresentar-se em eventos culturais. Integrante de uma família patriarcal, não teve a autorização
do marido para alçar voo. Por ciúmes, ela confidencia que ele indicou a irmã
para ir em seu lugar.
Felizmente,
graças às pesquisas realizadas pelo folclorista potiguar Deífilo Gurgel, que
morreu em 2012, todo esse conhecimento foi gravado e está preservado na voz de
Militana Salustino do Nascimento, a irmã de Benedita, que também tinha um
acervo considerável e uma memória privilegiada. Ela ganhou fama, notoriedade e
ficou conhecida como a maior romanceira do Brasil.
Militana
morreu em 2010. Já a última guardiã de uma família que manteve viva a cultura
mouro-ibérica, passa boa parte do dia deitada numa rede no alpendre da casa que
mora recordando histórias galantes de amores, aventuras e tragédias. > Leia aqui a reportagem completa de Josi Gonçalves, para a BBC Brasil.
Foto reproduzida vídeo reportagem
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