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quarta-feira, 4 de outubro de 2017

Projeto de parceria com grupo de pesquisa do Instituto de Física da UFRN recebe Nobel de Física 2017

Na manhã desta terça-feira, 03, o Comitê do Prêmio Nobel anunciou os nomes dos vencedores da premiação na categoria Física. O alemão Rainer Weiss e os americanos Barry Barish e Kip Thorne receberam o prêmio pela criação nos anos 1990 do LIGO (do inglês Laser Interferometer Gravitational-wave Observatory), localizado nos EUA e responsável pela detecção das ondas gravitacionais previstas por Albert Einstein em 1916.

A ideia de ondas gravitacionais foi proposta pelo físico alemão quando ele apresentou a sua Teoria Geral da Relatividade. De acordo com Einstein, ondas gravitacionais são distorções no espaço-tempo geradas por eventos cataclísmicos, como por exemplo, o choque entre dois buracos negros. Em teoria estes fenômenos não são incomuns, mas sua existência só pôde ser confirmada através da uma tecnologia que só seria possível quase cem anos após a proposição das ondas gravitacionais.

UFRN na colaboração LIGO

As primeiras detecções foram muito importantes para a ciência das ondas gravitacionais, mas desde então novos dados tem aparecido regularmente nos espectrômetros (lasers usados para encontrar as ondas). A análise desses dados é realizada por uma grande colaboração de físicos teóricos e experimentais espalhados pelo mundo.

No Brasil existem dois centros de pesquisa que estão trabalhando diretamente no tema. Um está na Divisão de Astrofísica do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em São José dos Campos (SP), e o outro no Instituto Internacional de Física da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (IIF-UFRN), em Natal.

O primeiro grupo, de vertente experimental, trata da caracterização dos detectores, buscando determinar as suas fontes de origem e a minimização dos seus efeitos nos dados coletados. Já o grupo do IIF, voltado para a análise teórica, trabalha na modelagem e análise dos dados na busca de sinais emitidos por sistemas de dois objetos astrofísicos em coalescência, dos tipos detectados pelo LIGO.

“A modelagem é particularmente importante porque as ondas gravitacionais têm interação muito fraca com toda a matéria, tornando necessárias, além de detectores de alto desempenho, técnicas de análises eficazes e uma modelagem teórica dos sinais a maior precisão possível”, explica o líder do grupo do IIF-UFRN, professor Riccardo Sturani. A pesquisa realizada é fundamental para poder entender a origem das informações encontradas pelos interferômetros e poder explicar o que causa a repercussão das ondas pelo nosso universo.

O grupo do professor Sturani foi criado no final do ano passado, mas já tem um intenso trabalho junto com o LIGO e com outros interferômetros pelo mundo, como o Virgo (localizado na Europa) e que fez a última detecção em conjunto com a equipe do LIGO.

As pesquisas realizadas pelo IIF tem contribuído de forma decisiva para a inserção internacional da UFRN em importantes projetos de desenvolvimento científico e tecnológico. Para a reitora da UFRN, Ângela Maria Paiva Cruz, esse é mais um resultado que atesta a busca da excelência no âmbito da pesquisa da Universidade. “Celebramos junto com os integrantes do grupo de pesquisa a contribuição dada pelo trabalho na área da física no tratamento de dados da referida pesquisa vencedora do Nobel. Esse investimento que tem sido feito passa a render frutos de reconhecimento mundial. Importante realçar que também estamos formando recursos humanos nessa área de pesquisa criteriosamente premiada, sob a coordenação do professor Sturani”, destacou a reitora. [Ascom/Instituto Internacional de Física/IIF-UFRN com Ascom-Reitoria/UFRN]
Imagem reproduzida da internet/divulgação
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