Na manhã
desta terça-feira, 03, o Comitê do Prêmio Nobel anunciou os nomes dos
vencedores da premiação na categoria Física. O alemão Rainer Weiss e os
americanos Barry Barish e Kip Thorne receberam o prêmio pela criação nos anos
1990 do LIGO (do inglês Laser Interferometer Gravitational-wave Observatory),
localizado nos EUA e responsável pela detecção das ondas gravitacionais
previstas por Albert Einstein em 1916.
A ideia de
ondas gravitacionais foi proposta pelo físico alemão quando ele apresentou a
sua Teoria Geral da Relatividade. De acordo com Einstein, ondas gravitacionais
são distorções no espaço-tempo geradas por eventos cataclísmicos, como por
exemplo, o choque entre dois buracos negros. Em teoria estes fenômenos não são
incomuns, mas sua existência só pôde ser confirmada através da uma tecnologia
que só seria possível quase cem anos após a proposição das ondas
gravitacionais.
UFRN na
colaboração LIGO
As primeiras
detecções foram muito importantes para a ciência das ondas gravitacionais, mas
desde então novos dados tem aparecido regularmente nos espectrômetros (lasers
usados para encontrar as ondas). A análise desses dados é realizada por uma
grande colaboração de físicos teóricos e experimentais espalhados pelo mundo.
No Brasil
existem dois centros de pesquisa que estão trabalhando diretamente no tema. Um
está na Divisão de Astrofísica do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(INPE), em São José dos Campos (SP), e o outro no Instituto Internacional de
Física da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (IIF-UFRN), em Natal.
O primeiro
grupo, de vertente experimental, trata da caracterização dos detectores,
buscando determinar as suas fontes de origem e a minimização dos seus efeitos
nos dados coletados. Já o grupo do IIF, voltado para a análise teórica,
trabalha na modelagem e análise dos dados na busca de sinais emitidos por
sistemas de dois objetos astrofísicos em coalescência, dos tipos detectados
pelo LIGO.
“A modelagem
é particularmente importante porque as ondas gravitacionais têm interação
muito fraca com toda a matéria, tornando necessárias, além de detectores de
alto desempenho, técnicas de análises eficazes e uma modelagem teórica dos
sinais a maior precisão possível”, explica o líder do grupo do IIF-UFRN,
professor Riccardo Sturani. A pesquisa realizada é fundamental para poder
entender a origem das informações encontradas pelos interferômetros e poder
explicar o que causa a repercussão das ondas pelo nosso universo.
O grupo do
professor Sturani foi criado no final do ano passado, mas já tem um intenso
trabalho junto com o LIGO e com outros interferômetros pelo mundo, como o Virgo
(localizado na Europa) e que fez a última detecção em conjunto com a equipe do
LIGO.
As pesquisas
realizadas pelo IIF tem contribuído de forma decisiva para a inserção
internacional da UFRN em importantes projetos de desenvolvimento científico e
tecnológico. Para a reitora da UFRN, Ângela Maria Paiva Cruz, esse é mais um
resultado que atesta a busca da excelência no âmbito da pesquisa da
Universidade. “Celebramos junto com os integrantes do grupo de pesquisa a
contribuição dada pelo trabalho na área da física no tratamento de dados da
referida pesquisa vencedora do Nobel. Esse investimento que tem sido feito
passa a render frutos de reconhecimento mundial. Importante realçar que também
estamos formando recursos humanos nessa área de pesquisa criteriosamente
premiada, sob a coordenação do professor Sturani”, destacou a reitora. [Ascom/Instituto Internacional de Física/IIF-UFRN
com Ascom-Reitoria/UFRN]
Imagem reproduzida da
internet/divulgação
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