Por Laíse Santos
Cabral de Oliveira
Psicóloga - Casa Durval Paiva
CRP 17-3166
Durante o
tratamento do câncer, o paciente e a família recebem suporte de uma equipe
multidisciplinar que os acompanha para um melhor enfrentamento do processo de
adoecimento. Adentrar no mundo da criança com câncer permite uma melhor
compreensão das experiências vivenciadas com a doença em que é tão temida por
muitos, principalmente, pelo medo da morte. A assistência psicológica que os
pacientes e familiares da Casa Durval Paiva recebem se dá através dos
atendimentos individuais, dos grupos terapêuticos (crianças, adolescentes e
acompanhantes), das visitas hospitalares e de outras atividades realizadas em
conjunto com a equipe multidisciplinar da instituição.
A
Psicoterapia Breve de Apoio é uma das modalidades de atendimento psicológico
mais apropriada no acompanhamento de crianças e adolescentes com câncer e seus
familiares. Ela tem como objetivo aliviar a ansiedade e os sintomas
apresentados durante todo o processo de tratamento, que são percebidos no
momento em que antecede o diagnóstico e são intensificados no momento da
confirmação dele. Essa modalidade de terapia estabelece um foco terapêutico,
que é o adoecimento, e busca a minimização do sofrimento psíquico, favorecendo
a auto-observação e a recuperação do equilíbrio homeostático anterior ao
adoecimento.
É comum que
as crianças não consigam falar o que sentem, nem saber como podem controlar
determinados sentimentos. Na maioria das vezes, elas sentem dificuldades de
expressar suas emoções e em compreender o impacto que estas têm na sua vida,
pois não são suficientemente desenvolvidas ao nível emocional, cognitivo e
linguístico para isso. A Ludoterapia é a psicoterapia adaptada para o
tratamento infantil. Através da brincadeira, a criança projeta seu modo de ser.
No contexto
hospitalar, o brincar pode se confundir com recreação. Nos atendimentos
psicoterapêuticos, o brincar é um instrumento técnico para o tratamento do
psiquismo de crianças que estão enfrentando o processo de adoecimento. Através
dele é possível entender como esses pacientes estão diante do seu diagnóstico,
internação e tratamento. Na caixa lúdica - de brinquedos - elas podem
simbolizar o lugar ocupado por fantasias, mecanismos de defesa, conflitos e
traumas. Logo nos primeiros atendimentos é possível perceber que as crianças
manifestam as fantasias inconscientes de enfermidade e de cura, reconhecendo
que estão enfermas.
O brincar
ajuda as crianças a elaborarem as angústias frente ao seu adoecimento, bem
como, outros sintomas que podem estar relacionados a um déficit no
desenvolvimento ou a uma problemática familiar. Observa-se junto aos pacientes
atendidos pela Casa Durval Paiva que a técnica do brincar é um recurso
terapêutico capaz de facilitar a adesão ao tratamento e de proporcionar uma
melhor adaptação e aceitação do momento vivido.
Foto relacionada à divulgação
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