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terça-feira, 19 de setembro de 2017

Artigo Casa Durval Paiva: O brincar como ferramenta terapêutica

Por Laíse Santos Cabral de Oliveira
Psicóloga - Casa Durval Paiva
CRP 17-3166

Durante o tratamento do câncer, o paciente e a família recebem suporte de uma equipe multidisciplinar que os acompanha para um melhor enfrentamento do processo de adoecimento. Adentrar no mundo da criança com câncer permite uma melhor compreensão das experiências vivenciadas com a doença em que é tão temida por muitos, principalmente, pelo medo da morte. A assistência psicológica que os pacientes e familiares da Casa Durval Paiva recebem se dá através dos atendimentos individuais, dos grupos terapêuticos (crianças, adolescentes e acompanhantes), das visitas hospitalares e de outras atividades realizadas em conjunto com a equipe multidisciplinar da instituição.

A Psicoterapia Breve de Apoio é uma das modalidades de atendimento psicológico mais apropriada no acompanhamento de crianças e adolescentes com câncer e seus familiares. Ela tem como objetivo aliviar a ansiedade e os sintomas apresentados durante todo o processo de tratamento, que são percebidos no momento em que antecede o diagnóstico e são intensificados no momento da confirmação dele. Essa modalidade de terapia estabelece um foco terapêutico, que é o adoecimento, e busca a minimização do sofrimento psíquico, favorecendo a auto-observação e a recuperação do equilíbrio homeostático anterior ao adoecimento.

É comum que as crianças não consigam falar o que sentem, nem saber como podem controlar determinados sentimentos. Na maioria das vezes, elas sentem dificuldades de expressar suas emoções e em compreender o impacto que estas têm na sua vida, pois não são suficientemente desenvolvidas ao nível emocional, cognitivo e linguístico para isso. A Ludoterapia é a psicoterapia adaptada para o tratamento infantil. Através da brincadeira, a criança projeta seu modo de ser.

No contexto hospitalar, o brincar pode se confundir com recreação. Nos atendimentos psicoterapêuticos, o brincar é um instrumento técnico para o tratamento do psiquismo de crianças que estão enfrentando o processo de adoecimento. Através dele é possível entender como esses pacientes estão diante do seu diagnóstico, internação e tratamento. Na caixa lúdica - de brinquedos - elas podem simbolizar o lugar ocupado por fantasias, mecanismos de defesa, conflitos e traumas. Logo nos primeiros atendimentos é possível perceber que as crianças manifestam as fantasias inconscientes de enfermidade e de cura, reconhecendo que estão enfermas.

O brincar ajuda as crianças a elaborarem as angústias frente ao seu adoecimento, bem como, outros sintomas que podem estar relacionados a um déficit no desenvolvimento ou a uma problemática familiar. Observa-se junto aos pacientes atendidos pela Casa Durval Paiva que a técnica do brincar é um recurso terapêutico capaz de facilitar a adesão ao tratamento e de proporcionar uma melhor adaptação e aceitação do momento vivido.
Foto relacionada à divulgação
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