Por Priscylla Kelly Abrantes
Nutricionista - Casa Durval Paiva
CRN 14096
As
principais terapias utilizadas no tratamento do câncer são a quimioterapia,
radioterapia, cirurgia e o transplante de medula óssea. Seja no câncer em
adultos ou em crianças e adolescentes, será o mesmo tipo de tratamento. De
acordo com o tipo de câncer e seu estadiamento – sistema de classificação que
descreve o grau de infiltração do tumor, localização, se está afetando outras
partes do corpo, etc. – é indicado um tipo de terapia ou uma combinação delas,
sempre pensando na forma mais eficaz de combate às células malignas e maior
possibilidade de cura.
No entanto,
apesar de serem terapias de combate ao câncer, elas apresentam diversos efeitos
colaterais que, se não forem dadas às devidas orientações e estratégias, podem
se tornar mais um agravante à saúde do paciente, afetando diretamente a
aceitação alimentar, colocando em risco seu estado nutricional e,
consequentemente, sua qualidade de vida e resposta ao tratamento.
Existem
muitos sintomas que podem afetar a ingestão alimentar, dentre eles temos:
náusea e vômito, boca seca, mucosite (inflamação e feridas na boca e/ou
garganta), saciedade precoce e a disgeusia (distorção ou diminuição da
sensibilidade do paladar). Para cada um deles temos diversas estratégias
nutricionais, e é muito importante o acompanhamento do profissional
nutricionista para as orientações de quais, como, quando e por que devem ser
realizados cada um dos procedimentos.
Em todos os
casos citados, de forma geral, mas principalmente no caso de saciedade precoce,
a primeira e principal estratégia é o aumento do fracionamento das refeições e
a diminuição das porções que serão oferecidas, ou seja, o paciente irá realizar
de 6 a 8 refeições ao dia, em quantidades pequenas. Isso ajudará a manter a
ingestão alimentar adequada. No caso de boca seca (xerostomia), deve-se
preferir alimentos mais umedecidos, ajustar a textura das preparações
(líquida/pastosa) de acordo com a necessidade do paciente, ingerir líquido
durante as refeições e chupar ou mastigar gelo feito de água, água de coco ou
suco de fruta adoçado, ajuda a aliviar o sintoma.
Já nos
episódios de náuseas e vômitos são preferíveis alimentos e preparações secas,
evitando também comidas muito doces, alimentos gordurosos e frituras. Deve-se
também evitar beber líquido durante as refeições e preferir os cítricos (suco
ou picolé de limão ou maracujá, por exemplo). Para a mucosite, uma das
estratégias mais comuns no alivio dos sintomas é chupar gelo do chá de
camomila, devido ao seu efeito calmante. Além disso, também é orientado
preferir o consumo de alimentos frios e gelados, evitar líquidos e temperos
abrasivos, diminuir o sal das preparações e evitar vegetais frescos crus.
Na disgeusia
(alteração do paladar), é importante dar preferência a alimentos de sabores
mais fortes e lembrar ao paciente do sabor do alimento que está sendo
oferecido. Neste, e em todos os demais casos, é de extrema relevância o
trabalho de conscientizar o paciente da importância da alimentação, apesar dos
sintomas, assim como, também é preciso saber que apesar da condição clínica que
este se encontra, deve-se sempre considerar suas preferências alimentares e o
prazer no momento das refeições, até onde for possível.
Assessoria de Comunicação Casa Durval Paiva
Sandra Cerqueira
Assessora de Imprensa
Foto relacionada à divulgação
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