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quarta-feira, 21 de junho de 2017

Especialistas alertam gestantes sobre os riscos e cuidados na Diabetes Gestacional

No Brasil, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a prevalência estimada é de cerca de 8% entre as gestantes com mais de 20 anos e representa 37% das mortes maternas.

O diabetes gestacional, assim como os demais tipos de diabetes, acontece quando o corpo não consegue produzir quantidade suficiente de insulina, hormônio produzido pelo pâncreas e que controla a quantidade de açúcar no sangue. Definido pelo Ministério da Saúde como a intolerância aos carboidratos, com intensidades variadas e diagnosticado pela primeira vez durante a gestação - podendo ou não continuar depois do parto -, o diabetes na gravidez é identificado geralmente a partir da 24ª semana de gestação, sendo desenvolvido por cerca de 3 a 25% das mulheres grávidas.

Durante os próximos dois dias (22 e 23) especialistas no assunto estarão reunidos no I Simpósio Científico de Diabetes, promovido pela Maternidade Escola Januário Cicco da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (MEJC-UFRN). O evento que acontece no auditório do Centro de Ciências da Saúde (CCS) promoverá o debate acerca dos protocolos assistenciais, a atualização dos avanços e das inovações nas pesquisas em diabetes gestacional, além de contar com a participação da Profa. Dra. Elaine Moises da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP), com a palestra: “O Manejo do Diabetes Melitos na Gestação: a experiência do serviço da FMRP-USP.

O Simpósio surgiu a partir da necessidade de se discutir o protocolo do pré-natal, afirma a médica Maria da Conceição Cornetta, gerente de ensino e pesquisa da maternidade, coordenadora do evento especialista no tema. Segundo a médica, o pré-natal é um importante recurso assistencial para diminuir as alterações fetais e maternas ocasionadas pelo diabetes. “O pré-natal destina-se a garantir o melhor estado de saúde possível para a mãe e para o bebê. No caso do diabetes gestacional os cuidados são rigorosos e consegue-se assim evitar cesarianas, reduzir o número de nascimentos prematuros e os de peso excessivo, acima de 4kg e o acompanhamento do pré-natal proporciona a prevenção e também o tratamento precoce do diabetes gestacional”, completa.

Referência na gestação de alto risco no Estado do Rio Grande do Norte, a MEJC, hoje filiada a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), atende uma média de 20 a 30 pacientes por mês diagnosticadas com a doença que pode vir a causar dano para o binômio materno fetal.

Essa patologia tem uma importância grande, tanto para a mulher quanto para o feto, relata a médica especialista em gestação de alto risco da maternidade, Patrícia Fonseca. “Primeiramente, 50% das mulheres que engravidam após os 40 anos desenvolvem diabetes gestacional, o que pode elevar a incidência de pré-eclâmpsia na gravidez e provocar partos prematuros. Quanto ao bebê, além de ter mais chance de ser diabético no futuro, pode passar por algumas complicações associadas a possíveis morbidades, sobrepeso, icterícia e problemas respiratórios”, fala a médica.

Na maternidade, todas as pacientes passam por um teste de rastreamento e diagnóstico de diabetes seja pela glicemia em jejum, seja pela curva glicêmica. “Aqui é feito um diagnóstico de diabetes para todas as gestantes, mesmo quando a mulher não tem a doença. Se diagnosticada com diabetes, a gestante inicialmente é orientada a realizar dieta e controle dos níveis glicêmicos”, esclarece a médica preceptora da enfermaria de alto risco da maternidade, Quitéria Meirelles.

Ela ainda revela que cerca de 80% dos casos conseguem ser controlados por essa dieta, mas a alimentação da sociedade brasileira não ajuda muito. “Como o Brasil tem uma população que consome muito carboidrato, muitas vezes a dieta não consegue ser seguida e controlada, fazendo assim o uso da insulina durante a internação da grávida”, comenta.

Estudos da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) apontam que combater a obesidade e praticar atividades físicas são os melhores métodos preventivos para a diabetes. “Manter um controle nutricional e praticar exercícios podem reduzir em até 60% o risco de desenvolver essa doença. Se a mulher for obesa e sedentária, o risco de desenvolver a diabetes gestacional é muito maior. É necessária uma alimentação balanceada em qualidade de alimentos e no horário correto”, esclarece o profissional de educação física da MEJC, Sávio Camargo.

Rodas de Conversa na MEJC

Após realizarem a primeira medição para o perfil glicêmico, as gestantes participam de uma roda de conversa com o objetivo de tirar suas dúvidas e receber as orientações corretas acerca dos riscos e dos cuidados a serem tomados frente ao diagnóstico da diabete gestacional.

A roda de conversa é realizada por uma equipe multiprofissional composta por psicólogos, nutricionistas, endocrinologistas, obstetras, profissionais de educação física, enfermeiros e farmacêuticos e acontece todas as segundas-feiras às 8h no ambulatório de pré-natal de alto risco da maternidade.

“Conversar sobre a maneira que elas têm de se comportar em relação aos hábitos de vida, no âmbito da alimentação e atividade física, que tem o papel muito importante no controle da glicemia é um dos objetivos da roda de conversa”, afirma Sávio.
Assessoria de Comunicação da MEJC
Telefone: 84 3215.5976 / 5991
comunicacao.mejc@ebserh.gov.br

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