Por Emanoel
Barreto*
Somos um
país de festa, onde mascarados ricos caminham suntuosos pelos corredores
secretos de Brasília, trocam favores de última hora e esperam que num passe
refulgente de prestidigitação, alguém, quem sabe um louco, talvez um sábio
trapaceiro consiga deslindar os nós entrelaçados da Lava Jato e trazer paz aos
farsantes.
É tudo o que
eles – você sabe quem – desejam.
Somos um
país de carnaval; mas estamos em cinzas e todos sabem disso. Pouco a pouco e
vida política vai voltar ao normal, ou seja: às manchetes.
Ali, como
capítulos de uma novela se revela a capitulação dos que são desmascarados e
assumem novo papel: entram em cena os delatores premiados.
E os
delatores são como aqueles tipos que participam do BBB: quando são expulsos do
programa querem a fama a todo custo; querem ser ouvidos, contar o que viveram,
debulhar as podruras dos que ficaram.
E assim
fazem os BBBs da Lava Jato: querem falar, são premiados com sentença benévola –
a deleção e premiada, lembra? – e ganham nas manchetes a condição de aliados da
honradez – é de última hora, claro; mas, no Brasil, você queria o quê?
Logo, logo,
haverá os ex-deladores: poderão escrever livros, virar celebridades
arrependidas, quem sabe um filme com cenas picantes?
Mas, estamos
numa quarta-feira e temos cinzas. Começo a temer que nem somos um país. De
qualquer maneira lá vem o Brasil descendo a ladeira.
Foto da internet/Crédito: Thinkstock
*Com post exclusivo na página do autor – Coisas de jornal
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