No Brasil
cerca de 30% das causas de morte são pouco específicas e por essa razão não
contribuem para que se definam ações e políticas públicas de saúde, mesmo com
os dados de boa qualidade do sistema. É para tratar deste tema que o Ministério
da Saúde, em parceria com a organização Vital Strategy, “Iniciativa Dados para
a Saúde da Fundação Bloomberg” e a Universidade de Melbourne – Austrália, estão
realizando o Encontro sobre a qualidade da definição das causas de morte no
Brasil, de 22 a 24 deste mês, em Natal (RN).
O Rio Grande
do Norte, além de anfitrião do evento, que vai acontecer no SERHS Natal Grande
Hotel, Via Costeira, tem uma participação especial no encontro: Caicó e
Parnamirim estão incluídos entre os sete municípios da pesquisa nacional
realizada pelas entidades parceiras a fim de se investigar a redução de causas
de morte pouco específicas, conhecidas na literatura médica como “garbage
codes”. Os resultados desta pesquisa serão apresentados no encontro. Na ocasião
também será lançado um aplicativo para smartphones que irá auxiliar os médicos
no diagnóstico da causa morte.
Um dos
pontos altos da programação será no dia 24, às 14h30, o lançamento do capítulo
do livro Saúde Brasil 2015/2016 intitulado Violência contra mulher: o desafio
de articulação da vigilância com a rede de atenção e proteção. A programação
inclui oficinas sobre a investigação em registros hospitalares e avaliação das
ações relativas à Vigilância do Óbito e Sistema de Informação sobre Mortalidade
SIM.
O evento,
que tem o apoio da Sesap, vai reunir médicos, profissionais de saúde e os
principais conselhos de classe, local e nacionalmente, como o Conselho Federal
de Medicina (CFM), Conselho Regional de Medicina (CRM), Conselho Nacional dos
Secretários de Saúde (Conass), Conselho dos Secretários Municipais de Saúde
(Cosems), entre outros.
Projeto sobre códigos “Garbage” nas Sete
Cidades Selecionadas no Brasil:
O Brasil
apresentou, em 2014, o percentual próximo a 6% de óbitos com a causa básica mal
definida, reflexo do apoio e de ações
integradas realizadas, desde 2006, pelo Ministério da Saúde e estados
prioritários do Nordeste e Amazônia Legal. Tais esforços já renderam resultados
consideráveis na melhoria da qualidade das informações sobre mortalidade, com o
alcance de índices dentro dos níveis aceitáveis. O Projeto tem como objetivo
melhorar o diagnóstico de causa de morte com a finalidade de melhor usar os
dados produzidos que contribuirão para melhorar o financiamento em saúde.
O Ministério
da Saúde (MS) tem intensificado seus esforços na melhoria da qualidade e
cobertura dos dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) e tem
realizado investimento considerável para implementar ações importantes a fim de
ampliar e melhorar não somente a cobertura mas também a qualidade da informação
sobre mortalidade.
Lançamento do Capítulo Violência Contra
Mulher
Dia 24/11 –
14h30
Segundo
dados do SINAN (Sistema de Informação de Agravos de Notificação), as mulheres
são as principais vítimas notificadas de violência, representando 67,1% dos
casos no ano de 2015. O estudo descritivo traçou o perfil de morbimortalidade
da violência contra a mulher, analisando se as vítimas de violência apresentam
taxas de mortalidade por causas violentas mais elevadas do que a população
feminina em geral, visando, assim, compreender os principais desafios para o
SUS no enfrentamento da violência contra a mulher.
O estudo revelou
que, quando comparadas as taxas de mortalidade de vítimas de violência
notificadas com as taxas de mortalidade geral para o sexo feminino, observou-se
que em todos os casos, as vítimas de violência notificadas tiveram maiores
taxas de mortalidade. No período de 2011 a 2015, a taxa média de feminicídio
foi de 4,5 óbitos por 100.000 mulheres da população geral, enquanto que nas
vítimas que foram notificadas por qualquer forma de violência, registrou-se
91,6 (por 100.000 mulheres) de taxa, sendo o risco de feminicídio 20,4 vezes
maior.
O grande
número de mulheres que sofreram e foram notificadas por violência e que vieram
a morrer por causas violentas sugere que as redes de atenção e proteção
precisam ser fortalecidas e ampliadas. O enfrentamento à violência é um
importante desafio para a saúde pública, devido aos sérios impactos sociais,
econômicos, epidemiológicos e organizativos da rede de atenção à saúde. [Ascom/Sesap]
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