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sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Câncer na juventude tem sobrevida de 64%

Dado coletado entre pacientes de 0 a 19 anos foi revelado em levantamento inédito do Inca

Pela primeira vez no Brasil, foi estimada a taxa de sobrevida do câncer entre pacientes de zero a 19 anos: 64%. Isso significa que, de todas as crianças e adolescentes que têm algum tipo de câncer no país, 64% estarão vivos cinco anos após o diagnóstico. E, em geral, curados. O dado foi revelado ontem pelo Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca) e pelo Ministério da Saúde.

De acordo com Sima Ferman, chefe do Serviço de Oncologia Pediátrica do Inca, o dado é considerado positivo, embora ainda possa melhorar muito.

- As chances de sobrevida nas nações ricas giram em tomo de 80%, então ainda temos um longo caminho. Mas esse levantamento nos ajudará muito na formulação de políticas públicas e servirá como base comparativa para futuras pesquisas - diz.

Ela explica que a taxa envolve diversos tipos de câncer, uns com com mais probabilidade de sobrevida do que outros.

- Ainda que duas pessoas tenham o mesmo tipo de câncer, uma pode ter evolução diferente da outra - afirma.

As estimativas mostram ainda que, entre os cânceres infanto-juvenis, as leucemias têm a maior incidência (26%), seguidas dos linfomas (14%) e dos tumores do sistema nervoso central (13%). Sob a perspectiva demográfica, o estudo mostrou que a sobrevida de pacientes varia de acordo com a região do país: os índices são mais elevados nas regiões Sul (75%) e Sudeste (70%) do que no Centro-oeste (65%), Nordeste (60%) e Norte (50%).

PRIMEIRA CAUSA DE MORTE
De 2009 a 2013, a doença foi responsável por 12% das mortes entre 1 e 14 anos, e 8% entre 1 e 19.

- No Brasil, vivemos uma transição epidemiológica, em que a mortalidade por doenças infecciosas em crianças diminuiu, e o câncer representa a primeira causa de morte por doença dela 19 anos - destaca Sima Ferman.

Para 2017, o Inca estima 12,6 mil novos casos de câncer nesta faixa etária. O instituto planeja publicar em alguns meses um panorama do câncer infanto-juvenil, além de dados para a faixa entre 20 e 29 anos. A divulgação tem como mote a celebração do Dia Nacional de Combate ao Câncer Infantil (23 de novembro) e do Dia Nacional de Combate ao Câncer (27 de novembro).
25/11/2016 | Ministério da Saúde | O Globo | Sociedade | BR
Clarissa Pains e Mariana Alvim - sociedade@oglobo.com.br
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