EDUCAÇÃO: UMA SOLUÇÃO NO COMBATE AO CRIME
Foto reproduzida do jornal zona sul
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Cel. da
Polícia Militar do RN, Bacharela em Segurança Pública, formada em Letras e
pós-graduada em Técnica de Ensino, Margarida Brandão fala sobre o papel da
educação para tirar jovens e até mesmo adultos da criminalidade.
- Cel. em tempos de índices assustadores de
violência inclusive nas escolas, como a educação pode auxiliar no combate ao
crime?
Uma pesquisa
de doutorado feita na USP (Universidade de São Paulo), em 2015,mostra que a
cada investimento de 1% na educação, 0,1% do índice de criminalidade é reduzido.
Mas isso é um dado técnico. A comprovação real nós temos com programas
práticos, como o PROERD- Programa Educacional de Resistência às Drogas e à
Violência, que completa 14 anos este ano. Muitos exemplos, muitas histórias de
jovens que ganharam da vida uma nova oportunidade. Educação dá oportunidade de
emprego, amplia a visão de futuro, abre portas.
-De que maneira o programa interfere
psicopedagogicamente na vida dos alunos?
A primeira
coisa é a consciência de grupo. Se importar com o limite do outro. Pessoas
marginalizadas não se importam com terceiros, não observam ter nada a perder.
Com educação é possível lidar com novas situações, se modificar e ampliar
conhecimentos, ter estratégias para resolver problemas, conviver em grupo e
saber se relacionar, apontar sugestões.
-A força
policial na escola, sem ostensividade, tem eficiência em qualquer tipo de
comunidade?
O objetivo
do PROERD nunca foi intimidar e sim formar. O programa atende anualmente a mais
de 40 mil pessoas em todo o estado e está presente em 52 municípios, com
realidades sociais completamente diferentes.
Além de
realizar as atividades pedagógicas nas instituições de ensino, o PROERD também
atua em outros setores na sociedade. Há também um treinamento com os pais dos
alunos, para estender o trabalho que é feito nas escolas. Trata-se de discutir
os mesmo temas debatidos com os estudantes, ressaltando a importância da
família para a formação deles.
- Mas o país e consequentemente os governos
pela situação econômica do país não podem investe nos crescimento de programas.
É possível fazer mais com menos?
Não há
nenhum investimento extraordinário. Em 2002, quando o Programa teve as
atividades iniciadas no Rio Grande do Norte, eram menos de dez policiais para
dar conta da proposta, ainda experimental. Em 2003 o número cresceu para 30 e,
provando sua efetividade ano após ano, o Proerd tem ampliado sua atuação.
O RN conta
hoje com sete Centros de Capacitação do Proerd existentes no Brasil e somos
responsáveis por formar todos os policiais que vão atuar nas regiões Norte e
Nordeste.
- Para a senhora o aprendizado transforma
uma realidade marginalizada?
Aprendemos e
ensinamos constantemente em tudo na vida. Não podemos condenar a humanidade,
perder a fé nos agentes transformadores. Sempre haverá algo entre aqueles que
aprendem e o objeto a ser aprendido, um mediador, um educador. Eu costumo dizer sempre que o educador é
fonte de inspiração e modelo para os alunos. Todo movimento exercido por ele
pode ser imitado, avaliado ou reprimido. Mas a policia é vista como algo
recriminador ou o ultimo foi entre a pessoa e sua liberdade. Como se acabando a
liberdade acabasse também qualquer possibilidade de recuperação. [Fonte:
Jornal Zona Sul]
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