CHAPÉU DE COURO NORDESTINO – IDENTIDADE DE
UMA REGIÃO
Autor –
Rostand Medeiros*
Barro – Ceará/Foto: Rostand Medeiros/2015
|
Este é um
artefato que funciona como verdadeiro distintivo do Nordeste e do nordestino. Creio
que talvez não exista um material com um aspecto tão forte em termos de
identidade, tão representativo do nosso sertão do que o belo e tradicional
chapéu de couro [...]
A pecuária,
a criação de gado no interior da atual Região do Nordeste do Brasil foi o
primeiro grande fator de geração de renda e permanência do homem nesta região
árida. Da atividade de criar o gado se obtinha a carne para alimentação, o
leite e em seguida o couro, que era utilizado de diversas maneiras nas
propriedades rurais. Em algumas fazendas se desenvolveram rústicos curtumes,
que serviram para transformar o couro em mais um meio de geração de renda.
Certamente foi nestes locais que se iniciou a tradição da manufatura dos
chapéus de couro.
Este tradicional
artefato nordestino inicialmente serviu basicamente para fins práticos,
principalmente como parte da indumentária de proteção dos vaqueiros [...]
Apesar desta
questão, o bom e velho chapéu de couro está firme e forte na cabeça daqueles
nordestinos que valorizam a cultura tradicional de sua terra. Até mesmo como
símbolo de resistência cultural. E a melhor notícia é que a produção destes
belos artefatos está tendo continuidade [...]
*Leia aqui o texto na íntegra, na página do historiador e pesquisador Rostand Medeiros.
Os chapéus de
meus avós de Caicó
Nesta
oportunidade, resgato a história de meus avós maternos Severino e Luzia que
passaram toda a vida produzindo chapéus de couro, inicialmente ainda jovens e
solteiros na cidade paraibana de São Mamede e já casados foram convidados por
um primo para morar em Caicó, por ser uma cidade maior e não existir quem trabalhasse,
corriqueiramente, nesse oficio, apenas esse primo que posteriormente se
transferiu para Currais Novos.
Ou seja, Severino e Luzia Tavares foram, praticamente, os pioneiros na fabricação de chapéu de couro em Caicó, desde o ano de 1932, aonde criaram e educaram seus quatro filhos. Minha avó sempre dizia que aos dez anos de idade começou a costurar chapéu, trabalho que fez com dignidade até se aposentar no final da década de 1960, já viúva, porém vinha mantendo a oficina em sua casa da Rua Augusto Monteiro, centro de Caicó. [JBA].
Ou seja, Severino e Luzia Tavares foram, praticamente, os pioneiros na fabricação de chapéu de couro em Caicó, desde o ano de 1932, aonde criaram e educaram seus quatro filhos. Minha avó sempre dizia que aos dez anos de idade começou a costurar chapéu, trabalho que fez com dignidade até se aposentar no final da década de 1960, já viúva, porém vinha mantendo a oficina em sua casa da Rua Augusto Monteiro, centro de Caicó. [JBA].
Esses chapéus são uma adaptação do Kipa judaico.
ResponderExcluir