VOZES DO PASSADO: A construção histórica da
cidade de Natal através de seus fotógrafos e cronistas
Luciano Capistrano*
luciano.capistrano@natal.rn.gov.br
Na foto de Bruno Bougard, do alto da torre, vista parcial do
rio Potengi e da antiga Casa de Câmara e Cadeia. Natal, 1908.
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O
historiador Câmara Cascudo em sua História da cidade do Natal, relata a saga de
um alvissareiro, que do alto da torre da matriz, era testemunha ocular das
transformações ocorridas na cidade. Nesta pesquisa apresentamos o
“alvissareiro” da história, materializado em Manoel Dantas, Luís da Câmara
Cascudo, Eloy de Souza, Jorge Wilheim, Henrique Castriciano, Alberto Maranhão,
Januário Cicco (memorialistas, poestas, romancistas, entre outros artesãos da
palavra) e Bruno Bougard, João Galvão, Manoel Dantas (fotógrafos). A imagem e a
literatura, como fonte de pesquisa da história. A imagem sempre esteve presente
como fonte importante para entender o passado. Ao longo dos séculos XIX e XX, a
fotografia se consolidou como invento, essencial no registro de paisagens
naturais e culturais. O documento histórico, não é mais restrito a documentos
escritos, cada vez mais, a imagem ganha campo entre historiadores. A utilização
desta nova fonte histórica faz parte da nova historiografia.
A literatura
em todas as suas vertentes, compõem hoje, com a fotografia uma fonte repleta de
possibilidades para a pesquisa histórica. O historiador, por seu oficio,
dialoga permanentemente com o passado. Este fazer histórico o leva a andar
entre arquivos públicos e privados, buscar construir os caminhos e descaminhos
das gerações passadas é a tarefa primeira. Um labutar, por entre, poeiras,
revirando velhos manuscritos, documentos, hoje, fontes que dizem mais do que
uma carta de amor ou um balancete comercial. O objeto pesquisado não exerce a
mesma função de outrora.
No tempo
presente o olhar do historiador, dá “voz” ao passado através de sua
interpretação do documento selecionado. Construir os caminhos do passado,
através da palavra e da imagem, este é o desafio da historiografia atual. Esta
pesquisa histórica objetiva a construção da história da cidade de Natal através
da utilização do acervo fotográfico do IHGRN (Instituto Histórico e Geográfico
do Rio Grande do Norte) e do jornal A República, e da produção literária do Rio
Grande do Norte, tendo como recorte temporal 1901 e 1920. Neste sentido, selecionamos
algumas “vozes do passado”, poetas, ficcionistas, memorialistas, enfim
narradores de uma época passada, o que possibilita conhecer a transformação do
espaço urbano a partir do “olhar” do cronista, materializado no fotografo,
muitas vezes não identificado, e dos escritores que testemunharam a ocupação da
capital Potiguar. [Leia mais]
*Com post na página do Jornal Zona Sul - confira texto na íntegra.
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