“Estamos
diante de uma tragédia anunciada: se não chover e se a transposição
do São Francisco não for concluída até o final do ano, vamos
enfrentar uma situação bastante complicada na região do semiárido
nordestino”. A declaração foi feita pelo senador Garibaldi Filho,
da tribuna do Plenário, durante pronunciamento no qual registrou a
visita de uma caravana organizada pela Confederação Nacional dos
Bispos do Brasil (CNBB) às obras do eixo norte do projeto de
integração do Rio São Francisco.
Integrada
por representantes da igreja católica, de universidades e de
organizações da sociedade civil, a comitiva também contou com as
presenças de técnicos de vários órgãos do governo federal, como
ministérios da Integração Nacional, do Meio Ambiente,
Desenvolvimento Social e Combate à Fome e do Desenvolvimento
Agrário.
Segundo
Garibaldi Filho, apesar de o Nordeste ter vivenciado um certo alívio
– em virtude de chuvas que caíram nos dois primeiros meses do ano
– a situação ainda é calamitosa. “Essas chuvas proporcionaram
ao sertanejo apenas que ele alimentasse seus animais e produzisse
alimentos básicos para a própria subsistência, como o feijão e a
mandioca, mas não foram suficientes para reabastecer os principais
reservatórios da região”, explicou o senador pelo Rio Grande do
Norte.
Alguns
dos principais reservatórios da região, como o Castanhão (Ceará),
o Sistema Coremas-Mãe d’Água (Paraíba) e Barragem Armando
Ribeiro Gonçalves (Rio Grande do Norte) não superaram a marca de
20% de armazenamento de água do total da sua capacidade. Garibaldi
Filho sugeriu aos demais senadores nordestinos a bancada se uma para
pressionar o governo a liberar os recursos necessários para que a
transposição possa ser concluída até o final de 2016.
Atendendo
ao chamamento, o senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) disse estar
disposto a “clamar, implorar, pedir e a exigir” do governo
federal a conclusão da transposição. “Eles têm que fazer como
foi feito na Copa do Mundo: quando se percebeu que os cronogramas
estavam atrasados, foram montados turnos extras e o trabalho não
parou nem nos feriados ou dias santos. Que se faça o mesmo agora,
para salvar milhões de nordestinos que precisam da conclusão da
obra”, defendeu o parlamentar paraibano.
Na
mesma linha, o senador Tasso Jereissatti (PSDB-CE) registrou que as
chuvas que caíram proporcionaram a falsa ilusão de que a estiagem
pararia, mas ela não acabou. “Todas as previsões indicam que as
chuvas, daqui por diante, deverão continuar abaixo da média”,
lamentou. Ele concordou com a adoção de medidas emergências, por
parto do governo federal, para que as obras possam ser concluídas
até o final do ano. “Tem que ser feito como em outras ocasiões
menos graves, quando não estavam envolvidas vidas de tantas
famílias”, declarou.
Já
a senadora Fátima Bezerra (PT-RN) informou que em fevereiro o
governo federal, por intermédio do Ministério da Integração
Nacional, liberou R$ 12 milhões para as obras da transposição. O
senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE) opinou que a transposição
representa, até hoje, um problema mal resolvido. “A meu ver, o
governo deveria ter iniciado os trabalhos pela revitalização do Rio
São Francisco, que passa por centenas de municípios que não tem
uma obra sequer de saneamento básico e que despejam seus esgotos
diretamente na calha do rio”, destacou. [por assessoria de
imprensa]
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