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quinta-feira, 3 de março de 2016

“Sem chuvas e transposição, semiárido poderá ter situação complicada”, diz senador do RN

Estamos diante de uma tragédia anunciada: se não chover e se a transposição do São Francisco não for concluída até o final do ano, vamos enfrentar uma situação bastante complicada na região do semiárido nordestino”. A declaração foi feita pelo senador Garibaldi Filho, da tribuna do Plenário, durante pronunciamento no qual registrou a visita de uma caravana organizada pela Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) às obras do eixo norte do projeto de integração do Rio São Francisco.

Integrada por representantes da igreja católica, de universidades e de organizações da sociedade civil, a comitiva também contou com as presenças de técnicos de vários órgãos do governo federal, como ministérios da Integração Nacional, do Meio Ambiente, Desenvolvimento Social e Combate à Fome e do Desenvolvimento Agrário.

Segundo Garibaldi Filho, apesar de o Nordeste ter vivenciado um certo alívio – em virtude de chuvas que caíram nos dois primeiros meses do ano – a situação ainda é calamitosa. “Essas chuvas proporcionaram ao sertanejo apenas que ele alimentasse seus animais e produzisse alimentos básicos para a própria subsistência, como o feijão e a mandioca, mas não foram suficientes para reabastecer os principais reservatórios da região”, explicou o senador pelo Rio Grande do Norte.

Alguns dos principais reservatórios da região, como o Castanhão (Ceará), o Sistema Coremas-Mãe d’Água (Paraíba) e Barragem Armando Ribeiro Gonçalves (Rio Grande do Norte) não superaram a marca de 20% de armazenamento de água do total da sua capacidade. Garibaldi Filho sugeriu aos demais senadores nordestinos a bancada se uma para pressionar o governo a liberar os recursos necessários para que a transposição possa ser concluída até o final de 2016.

Atendendo ao chamamento, o senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) disse estar disposto a “clamar, implorar, pedir e a exigir” do governo federal a conclusão da transposição. “Eles têm que fazer como foi feito na Copa do Mundo: quando se percebeu que os cronogramas estavam atrasados, foram montados turnos extras e o trabalho não parou nem nos feriados ou dias santos. Que se faça o mesmo agora, para salvar milhões de nordestinos que precisam da conclusão da obra”, defendeu o parlamentar paraibano.

Na mesma linha, o senador Tasso Jereissatti (PSDB-CE) registrou que as chuvas que caíram proporcionaram a falsa ilusão de que a estiagem pararia, mas ela não acabou. “Todas as previsões indicam que as chuvas, daqui por diante, deverão continuar abaixo da média”, lamentou. Ele concordou com a adoção de medidas emergências, por parto do governo federal, para que as obras possam ser concluídas até o final do ano. “Tem que ser feito como em outras ocasiões menos graves, quando não estavam envolvidas vidas de tantas famílias”, declarou.


Já a senadora Fátima Bezerra (PT-RN) informou que em fevereiro o governo federal, por intermédio do Ministério da Integração Nacional, liberou R$ 12 milhões para as obras da transposição. O senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE) opinou que a transposição representa, até hoje, um problema mal resolvido. “A meu ver, o governo deveria ter iniciado os trabalhos pela revitalização do Rio São Francisco, que passa por centenas de municípios que não tem uma obra sequer de saneamento básico e que despejam seus esgotos diretamente na calha do rio”, destacou. [por assessoria de imprensa]
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