A
festa para o colégio que a gente ama
Por Fernando Antonio
Bezerra*
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Foto do Colégio Diocesano Seridoense/Acervo |
Acredito que a maioria
tem boas recordações de sua fase estudantil. Em Caicó, muitas boas escolas
formaram homens e mulheres, em diferentes gerações. Todas, a seu tempo e modo,
devem ser celebradas, mas a lembrança de hoje prende-se a uma catedral da
educação; templo de formação moral, de hinos de glória e de fé; o Ginásio,
transformado em Colégio, de todos os seridoenses!
O Colégio Diocesano
Seridoense, educandário fundado, no dia 1º. de março de 1942, por Dom José de
Medeiros Delgado, tem um mistério próprio das obras que encantam. Há, de certo,
uma atmosfera, em seus corredores e arcadas, de envolvimento, nostalgia e
amizade, que marca os que por ali convivem. Para a invisibilidade de
sentimentos, poucas explicações. Para o sucesso do empreendimento, muitas
razões!
De início, pela
credibilidade do fundador e por seu devotamento à consolidação da obra. Também,
naturalmente, por seus Diretores. Evidentemente, os Diretores contaram com boas
equipes, mas a liderança exercida por cada um, seguramente, equilibrou a
caminhada e estimulou resultados. São devidas, portanto, homenagens a Mons.
Walfredo Gurgel, Padre Manuel da Costa, Padre Sinval Laurentino, Padre Itan
Pereira da Silva que, pela fé dos mais crentes, diante de Deus, são alcançados
por nosso preito de gratidão. E, ainda: Padre José Celestino Galvão, dinâmico
acariense que, além de dirigir o CDS, foi diretor do Instituto de Educação, em
Caicó, e o Monsenhor Ausônio Tércio, ilustre seridoense, homem culto de vida
simples, líder que conduziu o CDS de 1964 a 2015 e, bem vivo, é referência de
mestre e pastor, no sertão potiguar. E, finalmente, o atual Diretor, Padre
Francisco Costa, professor universitário, doutor em teologia fundamental e
outros títulos acadêmicos que o credenciaram à missão de liderar o estimado
Colégio nos próximos anos.
Uma crônica de Luis
Dutra Borges, ex-aluno e ex-professor a quem muito admiro, com sua forma
modesta, mas ricamente inteligente, resume bem o que é preciso dizer hoje: “a
história do CDS é tão importante para nossa terra e para nossa gente, que para
contá-la não é necessário apenas ter tido o privilégio de vivê-la, como é o
caso, mas é preciso, sobretudo, ter o dom de saber escrevê-la, o que não é
caso”. E acrescenta, com lapidar clareza: “O Colégio Diocesano Seridoense, pela
forma, não impressiona a visão, mas pela função sensibiliza a razão. Ele é
muito mais do que um monumento à beleza. Ele é um monumento à própria vida”.
De fato, antes GDS, hoje
CDS, o educandário se tornou sinônimo de qualidade no ensino. Criou fama em
todo o Estado e, também, na vizinha Paraíba.
De diferentes recantos
chegaram alunos que, hoje, formados e exercendo carreiras profissionais em todo
o Brasil, formam uma teia de amizade que transborda nos reencontros,
especialmente, a cada mês de julho, no retorno ao Colégio, por ocasião da Festa
do Ex-Aluno. “Voltam, sentindo que o espaço do mundo os distanciou, mas o
perpassar do tempo não os separou e nem foi capaz de fazer esquecer o velho e
querido Ginásio. Por isto eles voltam com a poeira dos mais diferentes
caminhos, mas com o coração a tanger o mesmo sino da amizade e da gratidão”,
escreveu o Padre José Celestino Galvão, no já distante ano de 1979, ao celebrar
mais uma edição daquele tradicional evento.
A Festa tomou um novo
rumo a partir de 1986, quando a Associação do Ex-Aluno passou a organizá-la e,
junto dela, a articular uma estratégia de apoio ao Colégio e a estudantes que
não podiam suportar o pagamento integral da mensalidade escolar. Conseguiu unir
o útil ao muito agradável! A renda da Festa e de outras receitas da Associação
são revertidas para bolsas que ajudam alunos - criteriosamente selecionados - a
beberem na mesma fonte de formação que tantos outros beberam e se sentiram
saciados diante da sede do saber.
A Festa do Ex-Aluno do
Colégio Diocesano Seridoense, em 2015, por razões que a vida judicializada
impõe, não ocorrerá nas dependências físicas daquele educandário. Apesar dos
esforços feitos, a autorização final ainda não foi alcançada no âmbito dos que
guerreiam contra incêndios e acidentes. Outros atores institucionais também
estão envolvidos e não convém tratar aqui acerca de relatos técnicos sobre o
assunto. A festa, enfim, mesmo com o empenho de muitos, será provisoriamente em
outro local, todavia, o fato não pode inibir a celebração do reencontro e a
alegria de saudar uma história que é de pioneirismo e que, fazendo o bem,
permeia a vida de multidões.
“Companheiros, unidos, cantemos
Nossos hinos de glória e
de fé.
Estudando na vida
seremos
Brasileiros altivos de
pé”.
*Fernando Antonio Bezerra é potiguar do Seridó / com post exclusivo na página do Bar de
Ferreirinha.
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