Por Fernando Antonio
Bezerra*
Foto reprodução/divulgação |
O Seridó é terra fecunda
em dissertações, artigos, publicações de livros, enfim uma significativa e
qualitativa produção literária. Dentre vários temas abordados, a genealogia se
apresenta com destaque. O Seridó gosta de falar sobre genealogia, o que é muito
bom! A genealogia é a ciência do parentesco. É um ramo auxiliar da história que
se dedica a estudar a origem e as várias gerações de uma família e seus ramos
paralelos.
A pesquisa genealógica
não é fácil. Exige um esforço pessoal dos interessados no que se refere a
frequentar arquivos de cartórios, secretarias paroquiais e de outras
instituições. Algumas vezes, infelizmente, os arquivos estão desorganizados e
ilegíveis pela ausência de cuidados ou, simplesmente, foram destruídos pela
insensibilidade dos que não acalentam respeito à memória. Com a internet,
evidentemente, os pesquisadores ganharam nova ferramenta, entretanto, existem
muitos dados incompletos ou equivocados que somente as fontes primitivas
elucidam. Também, na genealogia, sobretudo no passado, existia a transmissão
oral de informações. Os mais velhos, de fato, conheciam e ministravam
verdadeiras aulas de genealogia para os mais moços que, por sua vez,
reconheciam e respeitavam os parentes, mesmo os mais distantes. Hoje,
infelizmente, alguns sequer sabem os nomes de seus avós... Mas, este tema é
para outro dia e sob a luz de outras investigações sociais.
Mesmo assim, o Seridó é
a mais estudada, das regiões potiguares, em relação à sua genealogia. Das obras
importantes que tratam do tema, seguramente, “Famílias Seridoenses”, de José
Augusto Bezerra de Medeiros, “Homens e Fatos do Seridó Antigo”, de Dom José
Adelino Dantas, “Velhas Famílias do Seridó”, de Olavo Medeiros Filho” e “Os
Álvares do Seridó e suas ramificações”, de Sinval Costa, são fontes
obrigatórias de pesquisas.
Outros livros também se
referem a genealogia, alguns dos quais já publicados por novos escritores que,
mesmo em menor número, também se dedicam a pesquisar as origens e ramos do
parentesco. Seria um grande risco mencionar um ou outro nome pela possibilidade
de uma involuntária omissão, mas, em torno do Instituto Norte-Riograndense de
Genealogia, do Encontro anual de Genealogia realizado em Caicó e das pesquisas
do Departamento de História do Centro de Ensino Superior do Seridó-UFRN, muitos
dos novos pesquisadores e autores serão encontrados.
Em todas as lições,
contudo, uma é muito presente: Tomaz de Araújo Pereira é o “Adão do Seridó”.
Não foi o primeiro desbravador, mas é considerado um dos primeiros a construir
uma família a partir do Seridó. Tomaz de Araújo Pereira (1º.), natural de
Viana, Portugal, recebeu a sua primeira data de terra no Brasil em 1734. Tomaz
era casado com a brasileira Maria da Conceição Mendonça e, com ela, gerou 08 filhos:
Thomaz de Araújo Pereira, João Damasceno Pereira, Cosme Soares Pereira, José de
Araújo Pereira, Josepha de Araújo Pereia, Joanna de Araújo Pereira, Helena de
Araújo Pereira e Ana de Araújo Pereira. José Augusto diz que “entre as famílias
que povoaram o Seridó, e ai se fixaram, a família Araújo, se não é a mais
antiga, é das mais antigas, e certamente a que mais proliferou, sendo hoje a
mais numerosa dentre quantas se contam radicadas naquele trecho do território
norte-rio-grandense. Não é exagero afirmar que raro será o seridoense que não
tenha sangue de Araújo.”
Outros muitos ramos são
estudados pela genealogia seridoense: Dantas Correia; Azevedo Maia; Batista;
Medeiros; Lopes Galvão; Fernandes Pimenta; Bezerra; Pereira Monteiro; Faria;
Garcia; Alves dos Santos; Gonçalves Melo; Teixeira; Fontes Rangel; Silva e
Souza, dentre outros. Em todos, versões comuns que dignificam os que fizeram a
história de superação, resistência e trabalho do Seridó de todos nós!
*Fernando Antonio Bezerra é potiguar do Seridó
- Com post na página do Bar de Ferreirinha
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