“Se um problema como
este não tiver prioridade, o que é que merece ser prioridade nesse país?”. A
indagação foi feita pelo senador Garibaldi Alves Filho durante audiência
pública na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa que debateu
o iminente risco de colapso no atendimento cirúrgico a pacientes de doenças
cardiovasculares. Ele defendeu a realização de uma reunião técnica com a
participação do Ministério da Saúde, para que possam ser antecipadas
providências que resolvam os problemas que atingem, sobretudo, as crianças
cardiopatas.
Janaína Souto,
representante da ONG Associação de Assistência à Criança Cardiopata Pequenos
Corações, apresentou alguns números de parte do problema.
“São 28 mil que
nascem, dos quais 23 mil precisam de cirurgia e 80% destes não recebem
tratamento. São mais de 4 mil que precisam de cateterismo por ano, e nem 800
conseguem. Enquanto o Ministério da Saúde fala em projetos e déficit histórico,
nós, mães, estamos pagando com os nossos filhos que estão sendo sepultados”,
declarou emocionada.
A filha de Janaína,
Larissa, nasceu com uma cardiopatia congênita. Hoje com 13 anos, ela já fez
três cirurgias cardíacas. Sobrevive com metade do coração. “Se ela passar mal
em Brasília, não tenho para onde levar, porque os irrisórios dez leitos não
suprem a demanda da sociedade”, testemunhou. A mãe falou que o Distrito Federal
atende também Minas Gerais, Tocantins e o Acre. Em São Paulo também há
superlotação e Pernambuco está rejeitando as crianças pacientes de Alagoas, por
falta de estrutura.
Antes da intervenção de
Janaína Souto, Garibaldi Filho alertou que a população tem o direito de cobrar
e as autoridades têm obrigação de resolver o problema. “Precisamos fazer alguma
coisa. Quem tem perguntas a fazer é o cidadão que tem o seu filho e lhe é
negado o direito de conseguir para este filho uma UTI neonatal”, afirmou o
senador. [por assessoria de imprensa]
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