O ESQUECIDO REPENTISTA POTIGUAR JOÃO DA TAPITANGA
Homem de vida curta, mas que realizava sua arte com
talento e fez muito sucesso no Paraná
Autor – Rostand Medeiros
Dizem que na atualidade
existem mais facilidades para nossos artistas conquistarem seu lugar ao sol por
aqui mesmo. Não sei se esta informação é correta, sei que pesquisando sobre a
nossa história em jornais antigos disponíveis na internet, não é difícil
encontrar dados sobre pessoas que deixaram nosso chão para tentar vencer em
terras distantes.
Um destes foi João da
Tapitanga. Em 1871, Natal era uma esquecida capital de província do Império do
Brasil, de vida muito tranquila, onde moravam cerca de 20.000 almas
(equivalente atualmente em número de habitantes a cidade potiguar de Monte
Alegre). No dia 8 de março nascia João, filho de Francisco I. Emereciano China,
membro de uma tradicional família que vivia em Natal, onde não faltavam
renomados médicos e até um deputado estadual.
Em 1893, aos 22 anos,
João China veio viver em Curitiba, a bela capital paranaense, aonde chegou
transferido pela repartição pública que trabalhava.
O Repentista Curitibano
Aparentemente a
participação militar de João da Tapitanga na Revolução Federalista o colocou em
um patamar extremamente positivo junto a sociedade curitibana. Este patamar se
ampliou com a sua arte, seu jeito tranquilo, carisma e sua boêmia. Vale
ressaltar que nos jornais que li sobre este natalense, raramente era tratado de
poeta, sendo normalmente apresentado como REPENTISTA.
Esquecido
O repentista natalense
casou com uma jovem prendada e humilde chamada Jesuína Silva da Cunha e tiveram
um filho e duas filhas, cujos nomes na época não eram nada convencionais;
Jesoão, Joina e Transvalina. Morava em uma casa alugada na Rua da Assembleia,
atual Alameda Dr. Muricy, centro de Curitiba.
João da Tapitanga
faleceu de uma febre, provavelmente adquirida indiretamente das mazelas
advindas do álcool, na noite de 28 de setembro de 1901, aos 31 anos de idade.
Foi enterrado no cemitério municipal de Curitiba e sua morte foi extensamente
noticiada na imprensa local.
Sua obra ficou dispersa,
não foi reunida pelos amigos e parentes. João da Tapitanga jamais retornou ao
Rio Grande do Norte e, aparentemente, não voltou a manter contato com a sua
família em Natal. [Clique aqui para saber mais detalhes da pesquisa sobre o potiguar, em Tok de História]
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