Por
João Bosco de Araújo
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Foto nos 15 anos de Maria Fernanda
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Ouvir de uma criança uma canção de apenas quatro versos, mas cheios de verdades ainda mais traduzida em homenagem, foi um verdadeiro troféu que sacudiu meu coração – beirando os cinqüenta – de pura emoção. “O papai é tão querido/ Ele é multo legal/ E em toda a minha vida/ Nunca vi ninguém igual”. E saiba que a autora contava com apenas oito anos, há cinco passados, num trabalho da sua escola, para esta data dos pais
Maria Fernanda entrou na minha vida, surpreendentemente. Quarentão, até já imaginava de ser apenas titio, muito embora o meu pai Pedro Salviano tenha sido pai pele primeira vez aos quarenta e um ano de idade, ao nascer minha irmã Socorro. No ano em que nasceu seu derradeiro filho, meu irmão caçula Flávio, papai já contava com 57 anos de vida; e bem vividos.
Confesso que o maior
presente, depois de ter tido o pai que tive - o maior e melhor pai do mundo -,
foi ter sido adotado o pai da vida de Maria Fernanda, por sua espontânea
escolha e digna vontade, e bem retratado nos versos de sua poesia de que em
toda a sua vida nunca viu ninguém igual. Nem sei se mereço tudo isso!
“Viver é melhor que sonhar”, está em outros versos da música interpretada por Elis Regina e que fez parte do CD produzido no colégio com a turma da classe para me presentear, em homenagem ao dia dos pais daquele ano. A dedicação listava ainda outras canções, escolhida a dedo por cada um – me confidenciou uma professora -, de Padre Zezinho a Roberto Carlos, passando por Milton Nascimento, Fagner, sem faltar a famosa “Pai”, de e com Fábio Jr.
“Que o homem carregue nos ombros a graça de um pai”, canta Padre Zezinho; e “Pai!, pode crer eu tô bem eu vou indo”, diz a letra de Fábio Jr. apesar da redundância construtiva e apelo popular da frase. Valeu muito mais pelo conteúdo e singeleza da peça musical, hino que se tornou, nacionalmente, para comemorar a data, menos para o jornalista e apresentador de tevê Flávio Cavalcanti, critico voraz da obra do jovem cantor, o ator em ascensão, em meados e final dos anos setenta.
Polêmica que menos interessava trinta anos depois à pequena Maria Fernanda, aliás, nem a cabeleira do Fábio Jr ela conheceu, e antes, como agora, na adolescência, só tem olhos para o pai coruja, literalmente! Eita, é muita alegria, sinceramente!
Nesta véspera, à tardinha, o telefone toca. Inesperadamente, o dia fora para ouvir aquele disco do presente escolar. Mera coincidência!
- Painho, vamos ao
shopping amanhã. Induziu, me fazendo lembrar.
- Vamos comemorar o seu
dia. Exclamou!
Após o convite, desliga-se o telefone e nesse momento me vejo um verdadeiro pai, herói ou não, mas um pai, simplesmente pai.
Ao enxugar as lágrimas, me lembrei do meu saudoso pai, já algum tempo na casa do Pai Eterno. E também de outros versos da musica de Fábio Jr: “Eu não faço questão de ser tudo/ Só não quero e não vou ficar mudo”.
Polêmicas à parte, será que mereço tudo isso?
Nota atual: É oportuno esclarecer que o texto data do ano de 2010, Maria Fernanda, hoje com 17 anos, é muito, mesmo, especial, na minha vida. E da mesma maneira já não posso esquecer que também sou pai e avô de outras doçuras que entraram na minha história e, repito, nem sei se mereço tudo isso!
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