Por Flávio Rezende*
O ser humano tem
tendência ao 0800 negativo, reclamando de certas coisas e deixando de
aproveitar muitas e muitas possibilidades que o planeta oferta para alegria individual
e coletiva.
Além da família,
caridade, caminhar, amar, mar, viajar, ler, futebol, cinema e pizza, adoro de
paixão escrever e, quando passo um tempo sem poder exercitar esta atividade,
fico como se algo estivesse faltando em meu ser.
Este prazer ocorre
quando estamos produzindo algum “escrito”, como o que ocorre neste exato
momento e, depois, quando compartilhamos o texto com o possível público leitor,
seja através do envio por e-mails, pelo Facebook ou via publicação em jornais e
sites diversos.
O prazer neste momento
ocorre principalmente quando o texto produzido, encontra do lado de lá, ai onde
você se encontra, uma serventia, produz uma satisfação ou provoca uma positiva
reação, ao ponto, muitas vezes, do leitor interagir com o escritor,
respondendo, questionando, elogiando e até discordando, claro.
Ao longo de minha
trajetória de escritor, principalmente no que diz respeito aos artigos, vou
percebendo as reações e tirando algumas bobas e óbvias conclusões, que revelam
a vida como ela é.
Quando escrevo sobre meu
deslumbramento com a natureza, das caminhadas, da fusão entre meu eu interior e
o universo, do amor pela família, pelos filhos e por servir a sociedade através
da Casa do Bem, surgem muitos e-mails maravilhosos, de leitores muito felizes
por estar compartilhando sentimentos tão queridos. Este momento é o de êxtase
do escritor, a delícia sem igual.
Já os textos mais
políticos ou com algum teor espiritualista, ao mesmo tempo que geram posições
assemelhadas dos que me leem, proporcionam também uma certa ira dos que pensam
diferente, com pedidos para que não envie mais os “escritos” e, alguns, muito
brabos, discordando e escrevendo coisas impublicáveis.
A dedução que faço é
simples: muitas pessoas não gostam de confrontar suas posições. Não querem de
maneira nenhuma observar, analisar e nem ouvir falar de algo diferente daquilo
que acreditam. Neste momento, o escritor sente dor, posto que não escreve para
ofender e sente a intolerância se apossando de alguns, cegando e eliminando a
possibilidade do contraditório produzir reflexão ou, no mínimo, informação a
mais.
No meu último escrito
uma senhora, diante da proposta que fiz de pôr fim aos partidos políticos em
decorrência do comportamento errático dos mesmos hoje no Brasil, mandou um
e-mail pedindo apartheid de minha produção e, dizendo, sem meias palavras, que
tinha ódio do meu ser.
E assim vou, entre dores
e delícias, fazendo o que gosto muito, escrever, que dividindo espaço com o
amor por tudo e por todos, a prática da caridade e o usufruto das maravilhas
que o planeta azul me oferta, somam o sentido de minha atual encarnação e nesta
missão que está em curso, espero estar fazendo algo de útil para alguns e
produzido de sentido, para outros.
*É escritor, jornalista e ativista social em
Natal/RN (escritorflaviorezende@gmail.com)
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