Por Flávio Rezende*
Nunca fui dado a ter
paranoia e de certa maneira, não ficava até a pouco achando que algo negativo
ia me ocorrer, mas, como a única coisa que não muda é que tudo muda, como já
verbalizou tempos atrás o grande Heráclito, ando meio assustado com tantas
negatividades rondando nosso cotidiano.
Hoje quando paro o carro
para ver algo no celular, olho para os lados e fico pensando que pode rolar um
estresse. Também não ando confiando muito nos motoqueiros e nem gente bonita
com terno e gravata me inspira mais confiança.
Dias atrás embarquei com
a esposa Deinha e filhos para uns dias em Orlando, onde os parques da Disney
ofertam divertidos passatempos e onde podemos desfrutar de sensações que andam
raras por aqui.
Na cidade americana pude
de fato desfrutar da tão decantada sensação de segurança, comentada em artigos
jornalísticos e teses de mestres e doutores da segurança pública tupiniquim.
A tal sensação de
segurança, na minha avaliação, é aquele gostoso passeio sem medo, com
deslocamentos tranquilos a qualquer hora e em qualquer lugar, totalmente
relaxado e, emoldurado pela fantástica observação de casas sem muros, com
jardins dando acesso direto a entrada, provocando um bem estar danado em meu
ser, diante de tão extasiante visão.
Outra coisa legal que
senti foi ver policiais e ficar tranquilão, pois, por mais incrível que possa
parecer, aqui no Brasil, até cruzar com um policial dá certo pavor, diante das
estatísticas que existem aos montes, deles formando no time dos bandidos e
batendo continência para o vil metal, traindo todos nós que os pagamos para
outros fins.
As sensações que podemos
vivenciar em cidades como Orlando, claro, ocorrem também pelo fato de
circularmos em áreas mais turísticas, não isentando a cidade de coisas
negativas, principalmente para aqueles que buscam nas noitadas os embalos com a
turma da prostituição, drogas e lutas baixoastrais.
Como eu e os meus somos
dos parques temáticos, lanches, passeios de carro e visitas aos templos do
consumo, tivemos um agradabilíssimo passeio, curtindo a cidade e sua
organização, com tudo funcionando, um trânsito magnífico, pessoas gentis,
impecável limpeza e produtos acessíveis, mesmo com o dólar num patamar alto,
ainda assim, tivemos condições de adquirir objetos diversos com valores que
custam menos da metade dos aqui comercializados, deixando clara a
impressionante carga tributária praticada no Brasil.
São essas sensações de
segurança e de poder de compra que agregam valor a viagem, com a gente podendo
sair de casa sem nenhum resquício de receio quanto a nossa integridade física,
saber que encontraremos produtos bons e baratos e que poderemos incorporá-los a
nossa existência material, além da inigualável sensação visual de ver um espaço
urbano organizado, com pouquíssimos prédios, casas abertas e um povo educado e
que não se nega a informar, falar, pedir desculpa por tudo e com licença a todo
o momento.
Um destino assim nos
convida a voltar sempre e em nossas memórias, essas gostosas sensações
vivenciadas potencializam o desejo de tornar nosso amado Brasil um país tão
próspero quanto os EUA e com essas coisas inigualáveis de segurança, educação e
produtos com preços justos e acessíveis para o conjunto da população.
*É escritor, jornalista e ativista social em
Natal/RN (escritorflaviorezende@gmail.com)
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