Por Flávio Rezende*
As pessoas que convivem
mais de perto comigo morrem de rir pois nunca conseguem andar no banco do carona
em meu carro. O banco está sempre cheio de papeis, livros, documentos e toda a
sorte de trecos necessários ao meu existir jornalístico, de dirigente de ONG e
de responsável por um monte de coisas diversas.
Quem me visita no
apertado quitinete onde moro tem igual impressão com pastas acomodadas por cima
do guarda-roupa e até a pseudo cama (pois durmo de rede), serve para abrigar os
muitos papeis que teimam em agregar vida a meu existir cotidiano.
No trabalho normal e
social também tenho problemas de espaço, chegando ao ponto de na Casa do Bem
renunciar a uma sala própria, para que algo não seja sacrificado e o bem possa
alcançar mais esplendor.
A vida é assim, uns
dispõem de imensos espaços para trabalhar, dormir e guardar suas
particularidades, enquanto outros se viram nos centímetros para abrigar o que
precisa ser albergado.
O que é mais importante,
eu creio, é que os demais espaços, possam ser ocupados com sentimentos e
pensamentos que sirvam para aumentar a área da alegria, o terreno do amor e a
espacialidade da divindade, procurando este escrevinhador de letras, estar
sempre pensando positivo e agindo de maneira a ser útil aos demais,
contribuindo assim, para que o mundo em toda a sua extensão, seja preenchido
pelo combustível recomendado pelas almas boas que conseguiram ver um pouco mais
além.
Faço então um olhar
retrô e percebo que se passo por temporária ou eterna limitação física de
espacialidade em meu viver, sou livre e posso expandir outros espaços, bastando
para este fim ter atitude e agir de acordo com recomendações de seres
angelicais, no que concerne direcionar minhas ações para os caminhos da
fraternidade.
Criemos pois nossos
próprios terrenos, plantemos amor em todas as áreas que possamos semear e, nos
passos que vamos dando, ocupemos espaços com o bem, afinal, nós construímos o
amanhã com os tijolos do hoje e, precisamos cimentar um futuro de luz com
gestos e atitudes de igual frequência energética.
Um 2014 com muitas
atitudes verdadeiramente sadias. Não sejamos hipócritas de viver compartilhando
sinalizações de bondade nas mídias sociais, enviar palavras belas e bonitas
sempre, repassar e achar que assim já está fazendo muito. Precisamos é de criar
espaços reais de ação para que a perfeita comunhão não seja apenas uma mera
ilusão.
*É escritor, jornalista e ativista social em
Natal/RN (escritorflaviorezende@gmail.com)
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