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terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Indígenas interagem com o mundo virtual

Foto: Luis Oliveira/Sesai-MS
A realidade do mundo tecnológico também é hoje uma realidade na vida indígena. Nesse processo de avanços, o índio brasileiro se rendeu às maravilhas da tecnologia e informação. Essa realidade pode ser constatada no evento da 5ª Conferencia Nacional de Saúde Indígena, que ocorre em Brasília até sexta-feira (6), onde nos estandes de acesso à internet é frequente a presença indígena interagindo com o mundo virtual.
   
Tanto adultos como crianças têm se revezado para conectar-se aos computadores instalados pela organização do evento. Sentado na ponta esquerda de um estande, o menino Lucas Togogebado, 9 anos, fica atento a um vídeo na internet. “Gosto de ver jogos”, disse. Lucas veio de Barra do Garças (MT), comunidade Boró, tem sete irmãs índias e concluiu o 2ª ano do ensino Fundamental.
 
Outro índio conectado, Cesar Terena, 39 anos, participa da conferência como delegado, representante dos trabalhadores em saúde do Polo Base Aquidauana, Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Mato Grosso do Sul.
 
Cesar é técnico de enfermagem na Aldeia Bananal, e como profissional de saúde disse que é necessário esse contato com as novas tecnologias. “Para estreitar essa distância, sobretudo no acompanhamento de novas informações relacionadas à evolução da saúde”, ressalta. Segundo ele, sempre busca pesquisas em páginas confiáveis, além de inteirar-se de informações do noticiário, ao seu redor e do mundo. Cesar entende que esse contato direto com a cidade, o urbano, é um mal necessário. “Não temos como fugir”, resume.    
 
Nas aldeias, a proximidade das comunidades indígenas aos centros urbanos é mais um fator de acesso aos instrumentos disponíveis de informação e comunicação, recursos vitais para as relações com a própria comunidade.
 
Um bom exemplo, presente no evento da 5ª CNSI, é o índio Kamikia Kisêdjê, 29 anos, nome de sua etnia. Ele mora no Xingu e tem como parceiro Jairao Kuikuru, onde produzem material para um jornal em vídeo da comunidade. “Fizemos primeiramente um DVD com notícias referentes a nosso povo e lançamos em maio deste ano”, informa Kamikia, que não concluiu os estudos do Fundamental. Para a próxima edição, ele diz que juntou material das etapas locais e distrital desta conferência e agora da etapa nacional. “Nossa expectativa é lançá-lo até o final do mês”, revela, esclarecendo que todo evento que participa salva as informações na página de seu Facebook.
 
A reflexão sobre os impactos desse mundo tecnológico na vida indígena tem sido analisada sobre muitos aspectos e controvérsias, porém, observa-se que os novos recursos servem, também, para uma maior visibilidade e preservação da memória das comunidades indígenas.
 
- Confira informações sobre o evento nas páginas da 5ª CNSI, no Portal Saúde e Blog da conferência
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