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sábado, 31 de agosto de 2013

Jornalista se deslumbra com ação solidária de três moças em pleno trânsito louco com chuva e apagão

Em meio à chuva, caos e apagão, a ação solidária
 
Por Albimar Furtado*
Jornalista albimar@superig.com.br
 
Em meio ao trânsito maluco provocado pelo apagão de ontem (29) testemunhei, no cruzamento da Prudente de Morais com a Nascimento de Castro, perto das 18 horas no “rush” brabo, um exemplo de solidariedade, desses que só um espírito que pensa no coletivo pode mostrar: semáforos apagados e chuva grande no começo da noite eram os ingredientes perfeitos para o estabelecimento do caos. E lá estava eu em meio àquele escarcéu, imaginando que chegando ao cruzamento das duas vias enfrentaria o pior.
 
Na iminência de transpor a Prudente de Morais de repente vi o braço de uma jovem estirado, determinando que eu parasse. Calça jeans, blusa sem magas, listrada, em nada se parecia com alguém envolvida com leis de trânsito. Mas ela estava lá e, com ela, outras duas moças. Molhadas, ensopadas pela chuva forte, corriam de uma faixa para outra, gritando, braços em movimento. Perceberam o drama e decidiram ajudar. E ajudaram. Outra surpresa: os motoristas, quase à unanimidade, entendendo o esforço das meninas, obedeciam a elas.
 
Naquele cenário me chegou uma vontade enorme de realizar o trabalho de repórter, ficar ali olhando o esforço e o trabalho que realizavam e, ao final, quando tudo já estivesse normalizado, entrevistá-las. Não dava, deixar o carro aonde? Enquanto estava parado, esperando a ordem que viesse delas, arrisquei uma pergunta: por que você está fazendo isso? A resposta foi imediata: “Alguém tinha que estar aqui”, disse apressada, sorriu e voltou para ordenar, pelo menos tentar, o trânsito. Tentar, sim, porque três motoristas, diferentemente das meninas, não entenderam que a colaboração e a solidariedade eram sentimentos necessários. Exceção à regra.
 
Fiquei depois pensando em que algumas empresas têm investido para tornarem-se organizações servidoras. Já ouvi até palestras sobre o assunto. E ali, naquele cruzamento da Prudente de Morais com a Nascimento de Castro entendi que a empresa só conseguirá ser servidora se todos os seus colaboradores conjugarem verbos na primeira pessoa do plural. Acabar com o eu sou, eu faço, eu construo. As três meninas da Prudente com a Nascimento nitidamente conjugavam o nós podemos, nós faremos. E puderam e fizeram. Cheguei em casa com o sentimento de que havia perdido uma excelente matéria.
 
*Texto publicado na coluna do jornalista no Novo Jornal [Leia mais]
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