Foto: Divulgação
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Existe realmente o que ficou conhecido como
“socialismo de mercado”? Há quantas anda o processo de desenvolvimento na
China? O que seria o socialismo neste início de século XXI e como se
conformaria essa transição numa formação social muito particular? Quais as
principais referências teóricas a serem consideradas nesta discussão? Essas e
outras questões foram debatidas na última quarta-feira, 7, durante o evento
promovido pela Revista Pardal, com Elias Jabbour, na Biblioteca Central Zila
Mamede, na UFRN.
Durante o encontro, o palestrante foi abordando
alguns elementos para uma reflexão crítica sobre o socialismo chinês. ”A China
não é um Capitalismo de Estado, como alguns colocam, até porque capitalismo de
Estado não é nem modo de produção. A China é um país socialista com elementos
capitalistas”, afirmou. Segundo ele, ”o mundo vive algo semelhante ao fim do
Império Romano. Todo mundo sabia que acabaria, mas ninguém sabia o que viria
depois. A subjetividade daquele momento era muito individualista, um salve-se
quem puder. É exatamente o que acontece hoje, todo mundo identifica o fracasso
do capitalismo, mas ninguém sabe o que virá”.
Questionado se os avanços sociais e econômicos
alcançados pelos chineses serviriam de referência para o Brasil, ele respondeu
que “o que a China faz hoje, o nosso país fez por 40 anos. Intervenção estatal
na economia, crédito administrado pelo Estado… O Brasil foi o país que mais cresceu
no século XX”.
Para Jabbour, “O socialismo é a superação da divisão
social do trabalho (campo/cidade, trabalho manual/trabalho intelectual e
indústria/agricultura)”. Ele considera “não é possível construir o socialismo
numa sociedade atrasada. O socialismo tem que alcançar níveis de
desenvolvimento semelhantes ao capitalismo para provar sua superioridade.
Infelizmente, não é na moral, mas na produtividade do trabalho – que propicie a
distribuição de renda – que provamos nossa superioridade”.
Ele criticou o papel da mídia e das elites nacionais
no que se convencionou chamar de “crise dos tomates”. “A China projeta seu
desenvolvimento econômico em períodos longos, de 50, 60 anos. No Brasil temos
projeto de um mês. No nosso projeto, se o preço do tomate aumentar, interrompe
o projeto e vai se resolver o problema do tomate”, afirmou.
Na ocasião, o autor lançou o seu livro “China Hoje –
Projeto Nacional, Desenvolvimento e Socialismo de Mercado”. [Fonte: UJS Potiguar na internet]
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