A
exposição Metrô de Superfície apresenta produção nordestina em arte
contemporânea. Atualmente em São Paulo, a mostra só deve ser apresentada em
Fortaleza em 2014
Foto: Divulgação
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Segue em cartaz, até 28 de julho, no Centro Cultural
de São Paulo (CCSP) a exposição coletiva Metrô de Superfície II, que apresenta
trabalhos de 12 artistas visuais do Nordeste, dentre eles, os cearenses Waléria
Américo, Yuri Firmeza, Jared Domício, Vitor César e Júlio Lira, do projeto
Mediação dos Saberes. A exposição é resultado de um estudo que já vem sendo
feito há dois anos pelos curadores da mostra, Bitu Cassundé (cearense) e
Clarissa Diniz (pernambucana).
O projeto faz um mapeamento e discute a produção
contemporânea nordestina da última década, através da formação de uma coleção
para o Centro Cultural Banco do Nordeste, a qual resultará também na edição de
um livro e na realização de seminários e exposições itinerantes. A coleção
completa está prevista para ser exposta em Fortaleza no próximo ano.
Até agora, já foram adquiridas as obras de quase 30
artistas nordestinos ou com obras desenvolvidas a partir do Nordeste
brasileiro. Dezessete desses artistas tiveram seus trabalhos expostos na
primeira mostra do Metro de Superfície, realizada ano passado, no Paço das
Artes, também em São Paulo.
“O interesse é levar a produção contemporânea
nordestina para diferentes centros e circuitos”, explica Bitu Cassundé. Segundo
ele, a ideia é mostrar, fora do Nordeste, o que está se fazendo por aqui, como
forma de divulgar e discutir essa produção. “A gente quis começar de fora pra
dentro”, pontua.
Apesar de ter como ponto em comum a arte
contemporânea produzida no nordeste ou por nordestinos, a seleção das obras e
dos artistas se esquivou de estereótipos e regionalismos. “O que levamos em
consideração para aquisição é a potência da poética e a maturação da pesquisa,
com obras significativas dentro da produção dos artistas selecionados. A ideia
é que toda região esteja representada para que se possa compor um forte
panorama”, destaca Cassundé.
Com entrada franca, a exposição conta também com a
participação dos seguintes artistas e grupos: Bruno Faria, Fabiano Gonper,
Fernando Peres, Grupo GIA, Jonathas de Andrade, Júlio César Leite e Lourival
Cuquinha.
Obras
Entre os cearenses que fazem parte da mostra está a
artista visual cearense Waléria Américo, 34. Mestranda em performance e
instalação em arte multimídia pela Universidade de Lisboa, ela trabalha com
ações que misturam imagens e corpo. Na mostra Metrô de Superfície II, ela
apresenta a videoinstalação Contenção, na qual caminha sobre um muro de
contenção sumindo e reaparecendo em outro ponto. Três telas formam uma imagem
em “ele”. “Quando a pessoa vai assistir, ela meio que entra na imagem. O que eu
faço é fazer o outro buscar a próxima passada. O vídeo vai construindo uma
espécie de ritmo”, explica Waléria. “Minha ideia é fazer alguns vídeos mais
imersivos, mais instalados. Todos os meus vídeos têm essa coisa da vivência de
um espaço que, muita vezes, é na cidade. É uma ação na própria cidade que
depois é transposta para uma linguagem videográfica”, pontua.
Outro artista que participa da mostra é o cearense
radicado em São Paulo, Vitor César, 35. Ele participa do Metrô de Superfície II
com o trabalho Romance Policial, uma série de cartazes e impressos que propõe
diferentes modos de tornar visíveis as operações da Polícia Federal. Realizado
pelo Estúdio Permitido, ao longo de dois anos de trabalho, a série oferece “uma
visada panorâmica sobre a relação entre um estúdio de design e uma instituição
do Estado”.
Já o artista visual Yuri Firmeza, 30, foi
selecionado para o projeto com dois trabalhos: A Fortaleza e Souzousareta
Geijutsuka. No primeiro, ele apresenta duas fotografias feitas no mesmo
cenário, num intervalo de 10 anos. Em primeiro plano está o seu corpo magro
contrapondo-se ao crescimento da cidade tomada pela forte especulação
imobiliária. No segundo trabalho, Yuri reúne documentos da repercussão
midiática que o artista inventado Souzousareta ganhou nos anos 2000. “Eu fui
quase como um artista-hacker ao me infiltrar na vida dos jornais daqui. E aí
fui arquivando tudo o que foi veiculado. Todo o material resultou também num
livro”, conta Yuri.
ENTENDA A NOTÍCIA
Convidados pelo Banco do Nordeste, dois curadores
desenvolvem uma pesquisa que tem a pretensão de mapear a arte contemporânea no
Nordeste. O trabalho define um acervo a ser adquirido pelo Banco do Nordeste e
que passa a circular o País.
SERVIÇO
Metrô de Superfície
O quê: exposição com obras de 12 artistas visuais
nordestinos
Quando: até 28 de julho. Visitação de terça a sexta,
das 10h às 20h; e sábado e domingo, das 10h às 18h.
Onde: Centro Cultural São Paulo – Sala Tarsila do
Amaral (Rua Vergueiro, 1000 - Liberdade – Centro)
Quanto: grátis
Outras info: (11) 3397 4002 /
www.centrocultural.sp.gov.br
Naara Vale naara@opovo.com.br
http://www.opovo.com.br/app/opovo/vidaearte/2013/05/28/noticiasjornalvidaearte,3063975/nordeste-de-fora-pra-dentro.shtml
Luciano
Sá
Assessor
de Comunicação e Cultura
Banco
do Nordeste do Brasil
Tel.:
(85) 3464.3196
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