Palestra
com o fotógrafo paraibano João Lobo será na UFRN com entrada franca
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Foto:
João Lobo
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O público potiguar tem a chance de conferir as
imagens experimentais do fotógrafo João Lobo, reunidas no projeto multimídia
“Across Lens”. A exposição abre no dia 4 de abril, às 19h, na Galeria
Conviv’Art, no Centro de Convivência da UFRN. O projeto reúne, num mesmo
espaço, as fotografias que compõem as exposições Across Lens e Tessituras
Urbanas.
Esta será uma boa oportunidade para o público
natalense tomar conhecimento sobre os caminhos seguidos pela fotografia nas artes
visuais de hoje. No dia seguinte da abertura da exposição, 5 de abril, às 9h,
na Galeria Conviv’Art, no Centro de Convivência da UFRN, João Lobo ministrará a
palestra “Luz e Movimento na Fotografia Contemporânea”.
Em seguida, haverá um debate sobre o tema entre o
fotógrafo e a curadora Bete Gouveia (diretora do Instituto de Arte
Contemporânea da Universidade Federal de Pernambuco), com mediação de Bruna
Lobo (Coordenadora de Artes Visuais da FUNESC/PB e professora da Faculdade
IESP).
O projeto “Across Lens” ficará aberto à visitação
até dia 26 de abril. As exposições já passaram por João Pessoa (PB) e Recife
(PE). No próximo semestre, estão agendadas para Santiago (Chile) e Buenos Aires
(Argentina).
SERVIÇO
Projeto Across Lens
De 4 a 26 de abril de 2013
Vernissage: 4 de abril, às 19h
Local: Galeria Conviv’Art - Centro de Convivência,
Campus da UFRN
Palestra e debate: “Luz e movimento na fotografia
contemporânea”
Data: 5 de abril, às 9h
Debatedores: João Lobo, Bete Gouveia e Bruna Lobo
(mediadora)
Local: Galeria Conviv’Art - Centro de Convivência,
Campus da UFRN
O
fotógrafo João Lobo
Nascido no interior da Paraíba, mais especificamente
em Brejo do Cruz, a vida de João Lobo mudou quando começou a se interessar por
imagens aos 20 e poucos anos, na década de 80. Inquieto e curioso, o trabalho
no fotojornalismo – a primeira de suas escolhas na área fotográfica – não o
satisfez. Sua vontade era ir além do fato, da imagem-notícia, da narrativa de
um evento. Sua agitação pedia mais: o que ele queria era experimentar, ir além
do registro e mostrar que a fotografia era, sim, capaz de produzir arte.
Essas experiências o levaram para a Universidade,
onde aprofundou conhecimentos teóricos e, também, a lecionar, para que seu
trabalho não fosse tão solitário como se apresentava: “A Universidade foi
conseqüência do meu aprendizado. O meu estudo de fotografia sempre foi
solitário”. Assim como a de um cientista, sua aprendizagem foi a experiência, pura
tentativa e erro. Experiência essa que o levou a sair do Brasil e a levar seus
trabalho para diversos países, como Portugal, Argentina, Espanha, França,
Holanda e Chile.
As imagens de João Lobo buscam desconstruir o real e
servem como suporte e estímulo ao trabalho sempre inovador que o caracteriza. É
um experimentalista no sentido mais amplo. Trabalha com a luz, com diferentes
filmes, quebrando regras de exposição e processamento, obtendo resultados que
quase sempre nos surpreendem e acabam produzindo imagens que nos causam um
descondicionamento do olhar. Nada é visto da forma que realmente é. Isso só é
possível de ser feito com sucesso, porque sua base tradicional e acadêmica na
fotografia é bastante consistente. Nada, nele, é por acaso. Os riscos são
calculados e ele conhece muito de regras e padrões a ponto de quebrá-los e,
novamente, como qualquer cientista, ser capaz de reproduzir a experiência,
obtendo os mesmos resultados.
Estes quase 30 anos em que vem transitando entre a
prática e teoria, permitiram-lhe desenvolver um olhar crítico e um conhecimento
da produção contemporânea, especialmente quando o assunto é arte, uma área em
que muitos ainda patinam e se eximem de comentar. O sangue paraibano de João
Lobo não lhe permite a isenção. Ele é categórico ao afirmar: “a fotografia está
no ápice de seu reconhecimento como arte. A gama de possibilidades que o
digital proporcionou, induziu o fotógrafo a mostrar suas produções mais
abertamente e em maior escala”.
Nisso ele também tem razão. E, como bom crítico, não
fica apenas num discurso saudosista ou criticando novas tecnologias. Ele
consegue compreender a transformação de visualidade que o digital trouxe não só
para a fotografia, mas para a arte de uma maneira geral: “Outro aspecto salutar
é a maior interatividade entre fotografia e artes visuais. De um modo geral,
isso facilita o aprendizado e define uma melhor contextualização no ambiente
artístico.”
Texto
de Simonetta Persichetti, extraído do livro “João Lobo”
Coleção
SENAC de fotografia – Editora SENAC-SP, 2008.
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