Walter Medeiros* – waltermedeiros@supercabo.com.br
A UNIMED – Cooperativa de Trabalho dos Médicos vem
há alguns anos repetindo práticas perigosas para quem pretende manter-se e
realizar o seu objetivo mais importante, que seria prestar serviços de saúde.
Ao invés de investir e desenvolver esforços para atender as necessidades dos
clientes, investe na aparência, criando diuturnas e seguidas situações de
conflito e crise com pessoas que precisam do atendimento. Ao invés de facilitar
a vida de quem paga caro pelo plano de saúde, opta por sempre dificultar esse
atendimento, irritando muita gente.
Os clientes sabem que quando precisam fazer certos
exames, procedimentos ou cirurgias são obrigados a se deslocar até uma unidade
da cooperativa localizada à rua Joaquim Manoel ou na Apodi, dependendo do
assunto. Sabem que lá chegando encontrarão prédios caracterizados,
climatizados, com estacionamento pago (nem isso oferecem), portas automáticas,
móveis modernos, monitores de última geração, controle automático de fichas.
Encontrarão também muitas pessoas vestindo trajes elegantes, a maioria expondo
beleza natural e maquiagens.
Tudo isso, no entanto, de nada serve quando o
usuário chega para marcar o que poderia ser marcado no consultório, sem essa
relação de desconfiança que poderia ser resolvida por outro estilo de auditoria
que não aquela que leva toda clientela a se humilhar aos pés do médico auditor.
Além da humilhação, em meio a tanta beleza existe uma grande desorganização,
que faz com que sócios de atendimento preferencial sejam atendidos depois, em
vista de falta de controle e gerência. Além do que, se o sistema de informática
falha, a pessoa morre à míngua, pois os funcionários não utilizam o método
manual para atender essas emergências, inclusive nas faltas de energia. Aí está
outra aberração: falta de energia suspende atendimento, ao invés de manterem o
serviço através de no-break ou geradores.
Parece muito, mas tem coisas mais graves: as
remunerações dos médicos credenciados e cooperados, que é irrisória e está
afastando muitos profissionais dos quadros da UNIMED, em todas as
especialidades. Aí sobra para os clientes, que pagam o plano de saúde e em
muitos momentos têm de pagar consultas e procedimentos particulares aos médicos
de confiança, que a cooperativa mantinha como cooperados mas tiveram de deixar
o vínculo, recusando-se a trabalhar por remuneração aviltante.
Basta permanecer minutos num desses pontos ou outros
prédios suntuosos da UNIMED, para tomar conhecimento da vasta lista de médicos
bons que deixaram os quadros da cooperativa. Consequentemente, essa situação do
plano de saúde no qual as pessoas confiaram - muitas delas desde a sua fundação
– levam os cidadãos a se sacrificarem financeiramente, se quiserem continuar
sendo atendidas pelos médicos de sua confiança.
Esta abordagem faço na qualidade de cliente Unimed
desde data próxima à sua fundação – com um pequeno hiato involuntário de alguns
dias de Agmed. Já cheguei a escrever cartas para a direção que resultaram em
melhorias no atendimento e nos tratamentos do seu hospital. Torço sinceramente
para que a cooperativa encontre um rumo menos preocupante que este, onde o
sinal vermelho para a sua saúde como plano é a debandada de muitos bons
médicos. A UNIMED jamais deveria considerar normal essa situação. Mas trata
como se nada de importante estivesse acontecendo.
*Jornalista
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