CARTAS
DE COTOVELO – 2013.8
Carlos Roberto de Miranda Gomes, escritor-veranista*
APOLOGIA DA PREGUIÇA
A preguiça, segundo os léxicos, é um estado de
inação que inibe a apetência para o trabalho. Na conceituação dada pelo
costume, é um torpor que reduz a atividade laborativa. Pode até ter todos esses
significados e ser algo não condizente com o normal.
Contudo, quando se está num veraneio, diria que a
preguiça vira um estado de graça para o corpo cansado de guerra a merecer uma justa reparação,
indiscutivelmente prazerosa e bemfaseja.
Assim diz um poeta, que Odúlio Botelho colheu o nome
através de Gilson Barbosa, sobrinho do grande Gil Barbosa, como sendo VERÍSSIMO
DE MÉLO:
Coisa
boa é querer bem
Ter
alguém, namorar.
Coisa
boa é um xodó,
um
fobó, vadiar.
Coisa
boa é o mar e o luar,
É
caju com pitu,
Cafuné,
cochilar.
.......
Esses versos são um prelúdio à preguiça, sobretudo
em sua estrofe final:
Coisa
boa que se diz e que se faz
Na
hora que a gente quer.
Coisa
boa é uma casa,
Numa
praia, num alpendre,
Uma
rede e uma mulher.
A lembrança me trouxe essas coisas e,
preguiçosamente resolvi anotar em um caderno, pois após um bom churrasco e a
brisa que sopra do mar não permitem que demore muito fora do ventre da minha
rede.
Aaahhaaarrr ..... coisa boa é ......
*Com postagem na página Natal
em Pauta
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