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quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Primeiro os bois

Por Paulo Tarcísio Cavalcanti*
Jornalista tarcisiocavalcanti@bol.com.br http://ptarcisio.blogspot.com
 
Logo depois do fechamento das urnas do segundo turno, em Natal, o prefeito eleito, Carlos Eduardo Alves, proclamou:
 
– A única certeza que tenho com relação ao meu futuro político é de que, em 2016, serei candidato à reeleição.
 
Estaria Carlos colocando o carro diante dos bois?
 
Ou dando uma demonstração explícita de auto-suficiência, projetando-se para 2016, na convicção de que realizará uma administração consagradora?
 
Não vou botar a mão no fogo, mas prefiro optar por uma terceira possibilidade: De propósito, preferiu sair pela tangente.
 
Afinal, depois de uma campanha repleta de “chega prá lá”, especialmente no 2º turno, cujos votos acabavam de ser apurados, mandava a prudência evitar cair em provocação.
 
Naquele momento, uma palavra sobre 2014, como queriam os repórteres, poderia basear-se nas cicunstâncias politico-eleitorais da campanha recém-terminada e que, supostamente, teria deixado muitas cicratrizes.
 
E a realidade é que, embora 2014 esteja em cima, até lá ainda tem bastante água para passar por baixo da ponte.
 
Claro: os que pretendem ser personagens, já estão arquitetando, projetando, articulando, em suma: se mexendo. Mas, sabem que, até 2014, existem definições que extrapolam os limites deste pequeno Rio Grande do Norte, pois, primeiro, precisam passar pelos interesses de cada partido a nível nacional.
 
Quais serão os candidatos à presidência da República? O PT vai unido para a reeleição da presidente Dilma? Qual o reflexo que as composições acertadas para o âmbito nacional terão no âmbito estadual? O ministro Joaquim Barbosa vai manter a palavra de não querer envolver-se em política partidária ou vai se render aos apelos dos que gostariam de vê-lo como a “bandeira” da mudança?
 
E isso acontecendo? Que consequência terá? Na teoria, tudo bem, sem dúvida, uma bomba; mas, e na prática, em que poderá resultar?
 
E aqui no RN? O marasmo vai persistir? Teremos em 2014 o mesmo “Tomé com Bebé” de todos os anos?
 
Quantos palanques entrarão na disputa? O PMDB terá mesmo candidatura própria? A governadora topará disputar a reeleição?
 
Fátima Bezerra sairá para o Senado? A base do Governo Dilma marchará unida na campanha estadual? Quem vai sobrar?
 
Enfim, 2014 está em cima, mas ainda faltam muitas definições.
 
O certo é o seguinte: pra Carlos Eduardo ter algum pitaco a oferecer, terá que estar fazendo uma grande administração. Bom pra ele, é que Natal precisa torcer para que isso, de fato, possa acontecer
 
*Texto publicado na coluna do jornalista no NOVO JORNAL
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