Por Albimar Furtado*
Jornalista
▶ albimar@superig.com.br
Li, no IG, a entrevista do economista-chefe do FMI,
Oliver Blanchard. Está dito, em suas declarações, que a crise financeira e
econômica mundial levará 10 anos para encerrar seu ciclo. Quer dizer, tendo
começado em 2008, se completará em 2018. E aí confesso meu egoísmo porque
esqueci do mundo, de Portugal, da Espanha, da Grécia, dos Estados Unidos de
Obama, da marolinha brasileira de Lula. Pensei no mundo dos limites de minha
casa, como já havia raciocinado antes.
Independente de marolinha, marola ou grande onda,
tomara minhas precauções cortando todos os gastos possíveis, compras regradas,
vida pacata, grana contada a cada dia, projeção atualizada. Mas achava que a
marolinha era passageira, que em dois tempos estaria tudo resolvido. Qual o
quê, um, dois, três, quatro anos e vem agora o homem do FMI dizendo que o mundo
tem que esperar por mais seis anos. Pancadaço.
Fazer mais o quê? O cartão de crédito está regrado
(não consegui ainda cortá-lo, como recomendam os economistas aconselhadores dos
telespectadores do Fantástico), mas está contido; o gasto mensal com o
combustível ficou limitado; os supérfluos estão radicalmente cortados; o vinho
do final de semana deu lugar à cerveja; o bar ou restaurante da sexta-feira foi
trocado pelo DVD em família acompanhado de uns petiscos probos ( vez ou outra
uma exceção para quebrar a regra e porque ninguém é de ferro); a reforma do
cômodo da casa adiada e etc.
Fazer mais o quê?, repito a pergunta. Faço minha
auditoria, vejo todos os itens, revejo-os. Manhã cedo, olho o horizonte, mão
aberta protegendo a visão que registra a série interminável de marolinhas, numa
sequência que espera 2018 chegar para ter fim suas consequências, segundo o
FMI.
*Texto publicado na coluna
do jornalista no NOVO JORNAL
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