Albimar Furtado*
Jornalista
▶ albimar@superig.com.br
Apostamos e perdemos. Perdemos feio. Tem sido assim,
faz alguns anos. Natal deixou de ser a namoradinha do Brasil e até de europeus.
O Rio Grande do Norte assistiu desaparecer seu destaque regional e é hoje um
coadjuvante de quarta ou quinta categoria.
Foram bem, Natal e o Rio Grande do Norte, quando
suas lideranças tinham um perfil bem definido: pau é pau, pedra é pedra;
Aluízio é Aluízio, Dinarte é Dinarte; Maia é Maia, Alves é Alves. PMDB é PMDB,
PFL é PFL. Depois os rostos se misturaram. Diluídos e disformes.
Perdemos as referências. Antes, a sobrevivência
acontecia pelo esforço em garantir adesões pelo convencimento de um pensamento,
de ideias. Hoje ela se faz pelos entendimentos que garantam um sucesso
eleitoral mais fácil, mesmo que isto signifique anos mais difíceis para uma
população de mais de três milhões de pessoas. Nosso RN, que já foi matérias de
destaque nos grandes jornais e canais de televisão brasileiros pelo engajamento
de seus eleitores nas campanhas políticas, hoje tem essa mesma população
distante do grande fato político, uma eleição. Éramos politizados, diziam os
analistas. Agora, estamos indiferentes, desinteressados.
Chegamos, com as eleições deste ano, a uma nova
oportunidade de modificar um comportamento experimentado e que resultou em
prejuízos administrativos para o Estado. Natal, quem sabe, poderá ser um
laboratório em que cada um revele sua própria cara. Não a cara, ou caras, de
quem está por trás ou ao lado, fazendo esteira.
João mostrando, no palco, o papel de João; Antônio,
o de Antônio. Desta vez não teremos Maria. João não sendo mais ou menos João ou
Antônio um cara “parecido” com Antônio. Cada um se apresentando ao eleitor por
inteiro. É disto que estamos precisando, não de protagonistas disformes. Luiz
não pode ser Luiz em Natal, ser Antônio em Mossoró e João em Currais Novos.
Mais do que nos anos anteriores, estou curioso para ver os programas de TV. Ver
a cara de cada um e não precisar fazer apostas no escuro.
*Texto publicado na
coluna do jornalista no NOVO JORNAL
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