LOURIVAL
PATRIOTA BATISTA: O ‘LOURO DO PAJEÚ’
Repentista por excelência, Lourival Patriota Batista
ou simplesmente ‘Louro do Pajeú’, nasceu no dia 06 de janeiro de 1915, na
antiga vila das Umburanas, hoje Itapetim, no Estado do Pernambuco. Em sua terra
natal, fez os primeiros estudos, que foram continuados no Colégio Dom Vital, no
Recife. Lourival Batista cantou pela primeira vez aos 15 anos, em 1930,
oportunidade em que fez dupla com o violeiro Pedro Ferreira. Dois anos mais
tarde, transferiu-se para João Pessoa e depois para o Rio Grande do Norte, onde
começou sua carreira como violeiro, profissão que exerceu até a sua morte,
ocorrida no Recife, no dia 05 de dezembro de 1992.
Amigo e parceiro do talentoso poeta Pinto de
Monteiro, ‘seu’ Louro - como era também conhecido - por muito tempo, empolgou
plateias e animou muitas cantorias. Cognado o ‘Rei do Trocadilho’, cantou na
presença de grandes pesquisadores do folclore brasileiro, a exemplo de Luís da
Câmara Cascudo, Manuel Diégues Júnior, Veríssimo de Melo, Gilberto Freire e
Mário Souto Maior, entre outros. [Leia mais na página do historiador e pesquisador]
EM TEMPO:
- Conterrâneo e contemporâneo, o poeta Manuel
Bandeira em sua obra saudou os violeiros, repentistas cantadores do Sertão:
“Anteontem,
minha gente,/
Fui
juiz numa função/
De
violeiros do Nordeste./
Cantando
em competição,/
Vi
cantar Dimas Batista/
E
Otalício, seu irmão./
Ouvi
um tal de Ferreira,/
Ouvi
um tal de João./
Um
a que faltava um braço,/
Tocava
cuma só mão;/
Mas
como ele mesmo disse/
Cantando
com perfeição,/
Para
cantar afinado,/
Para
cantar com paixão,/
A
força não está no braço:/
Ela
está no coração./
Ou
puxando uma sextilha/
Ou
uma oitava em quadrão,/
Quer
a rima fosse em inha,/
Quer
a rima fosse em ão,/
Caíam
rimas do céu,/
Saltavam
rimas do chão!/
Todo
muito bem medido/
No
galope do sertão, /
A
Eneida estava boba;/
O
Cavalcanti, bobão,/
O
Lúcio, o Renato Almeida;/
Enfim,
toda a Comissão./
Saí
dali convencido/
Que
não sou poeta não;/
Que
poeta é quem inventa/
Em
boa improvisação, /
Como
faz Dimas Batista/
E
Otacílio, seu irmão;/
Como
faz qualquer violeiro/
Bom
cantador do sertão,/
A
todos os quais, humilde,/
Mando
a minha saudação!”
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