Por Paulo Tarcísio Cavalcanti*
Jornalista
▶ tarcisiocavalcanti@bol.com.br ▶http://ptarcisio.blogspot.com
Quanto maior o poder; quanto maiores forem as
prerrogativas do cargo – menores devem ser a empáfia, a ostentação, a vaidade,
a truculência. Só o que deve ser maior é a responsabilidade.
Deixa-se subjugar pela empáfia, pela ostentação,
pela vaidade, pela truculência, quem ainda não está preparado para o exercício
do poder ou para administrar as prerrogativas de um cargo.
É fundamental que quem tem poder em suas mãos, nunca
esqueça que o poder não é seu. É uma delegação. Política (e maior) se
decorrente da soberania do voto popular; ou institucional, se consequência de
uma posição na burocracia do Estado. Sempre que se tiver de usá-lo, não se pode
nem deve deixar de lembrar que todo poder tem limites pré-estabelecidos na Lei.
Tais limites – em nenhuma circunstância poderão ser
ultrapassados. O poder que ultrapassa limites perde sua eventual legitimidade.
Na face da Terra, especialmente sob o império da
democracia, nenhum poder é ilimitado.
Vez por outra faço essa reflexão porque sei que,
muitos detentores de poder, pelas mais diversas razões, ainda não tiveram a
oportunidade – eu diria, também, a chance, de entrar em sua própria
consciência, e de encará-la nos termos aqui colocados.
Não tenho outro propósito a não ser o de provocar
esse encontro.
Tenho certeza que vale a pena. Tanto do ponto vista
subjetivo, quanto do ponto de vista mais racional, mais pragmático.
Há exemplos marcantes – que a história registra – de
detentores de poder que, por o quererem ilimitado, o transformam em ilegítimo e
quando se apercebem do mal que fizeram – geralmente foi muito tarde e sem
chance de volta.
Pra mim – que não tenho poder – essa é uma reflexão
natural em muitos momentos da minha vida. O poder cega e embriaga. E quando
passa a ser utilizado como palmatória do mundo, aí doutor, saia da frente
porque não tem quem segure nem o seu limite, nem a sua legitimidade.
Como o arrependimento geralmente só chega tarde,
torço para que, estimulando tal reflexão, possa contribuir para diminuição dos
casos de exercício ilegal e ilegítimo do poder.
Por falar de poder, um outro assunto que me ocorre
neste momento: É o lançamento do livro do amigo e colega, João Batista Machado,
“Política em atos e fatos”. Será nesta quarta-feira, dia 4, na Academia
Norte-rio-grandense de Letras, a partir das 18 horas. Vamos lá.
*Texto publicado na
coluna do jornalista na edição dessa quarta (4) do NOVO JORNAL
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