por Paulo Tarcísio Neto
Segundo alguns filósofos gregos, o ser humano
deveria dividir seu tempo diário basicamente em 3 partes: 1/3 para o ócio, 1/3
para o negócio e 1/3 para o sono. Na
atualidade, no entanto, a palavra “ócio” tomou uma proporção que Platão e
companhia não esperavam, tornando-se algo muito mais desgastante que construtor
para o homem.
“Negócio” significa, literalmente, a “negação do
ócio”. Negócio para os gregos era todo
aquele trabalho que realizávamos para o “mundo externo”. Por exemplo, se tenho
uma empresa e nela ganho dinheiro durante 8 horas por dia, realizo nela um
negócio. Daí evoluiu o termo hoje empregado nos comércios.
O problema é que na atualidade “ócio” é sinônimo de
“não fazer nada”. Esse é um dos maiores males pro corpo e pra alma humana. Não é
à toa, nem muito menos tolo, o ditado que diz que “cabeça vazia, panela do
diabo”. Se o homem não ocupa seu tempo de ócio com atividades construtivas, ele
será completamente tomado por atividades viciosas e destrutivas, de modo que,
após cada período de ócio, o indivíduo estará ainda mais cansado do que antes e
sua vida entra num ciclo vicioso até que se chegue a um stress doentio.
Precisamos,
para conservar nossa saúde, ter períodos de descanso, mas de descansos verdadeiros, de “divinos ócios” que nos construam e não
que nos destruam. Uma boa caminhada na praia, num parque, ter um momento de
lazer com a família nos constroem; ter um hobby, algo que fazemos com ritmo e
com prazer, também nos ajuda a manter a mente sã e, por conseguinte, o corpo
são. Noites mal dormidas, horas em
frente da televisão e encontros com familiares e amigos para brigar ou falar da
vida alheia não são descansos, mas vícios.
É necessário aprender a diferenciar o cansaço da
mente e o do corpo. Após uma longa jornada de estudo ou de qualquer trabalho
que não seja braçal, quem está cansada é a nossa mente; nessas horas, 30
minutos de qualquer atividade física torna-se tão agradável sândalo que, aquele
que se esforça para criar esse hábito, dificilmente consegue se livrar dele. Por
uma vida mais saudável, divinos ócios.
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