Espetáculo
premiado é encenado pelo Gpo La Mínima (SP) e baseia-se em HQ do cartunista
Laerte. Natal será a primeira cidade a receber a peça, apresentada dias 19, 20
e 21/07 no TAM. Outra parada do grupo no RN será em Mossoró, onde fará duas
apresentações ainda este mês
Fotos: Divulgação
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Um diálogo mudo que se vale do humor para abordar a
relação entre o palhaço e a sociedade atual. Esse é o mote do premiado
espetáculo “A Noite dos Palhaços Mudos”, encenado pelo grupo La Mínima (SP) e
inspirado no HQ do famoso cartunista Laerte. Em sua primeira turnê pelo
Nordeste, o espetáculo estreia em Natal nos dias 19, 20 e 21 de julho, no
Teatro Alberto Maranhão (TAM).
A próxima parada ainda é no Rio Grande do Norte, nos
dias 24 e 25 de julho, data em que o grupo apresenta o trabalho em Mossoró e
encerra as apresentações no Estado. A entrada custa R$ 20 inteira, e pode ser
comprada na bilheteria do TAM. Depois de visitar Natal, a turnê aporta em
Recife e em Caruaru.
A partir da comicidade física, da lógica do absurdo
e do humor sem palavras, a obra evidencia os conflitos entre as intolerâncias
urbanas e o universo irreverente do palhaço, baseada na HQ original publicada
em 1987 na Revista Circo.
“É uma história simples, que contesta a falta de
flexibilidade daqueles que não entendem a relatividade das culturas, algo que
ainda é muito comum nos dias de hoje”, lembra Laerte. Para o cartunista, ao
sofrerem uma perseguição implacável apenas pelo fato de existirem, os
personagens remetem à própria natureza do palhaço, que precisa lidar com o
rompimento dos tais valores absolutos para preservar sua própria essência.
A mescla entre fantasia e realidade dá uma pitada de
“policial noir” ou “clown noir” ao espetáculo, toque essencial para a atuação
dos atores. “Nada mais instigante para o La Mínima do que montar um espetáculo
que sempre pareceu sua própria sinopse”, detalha o ator Domingos Montagner, que
teve recentemente uma experiência na novela “Cordel Encantado”, da Rede Globo,
ao interpretar o cangaceiro “Herculano”. Para o ator, o embate entre o
conservadorismo intolerante e o arquétipo do palhaço envolve o espectador. “Em
cena, os palhaços dão as cartas. Mas o público é quem joga o jogo”, compara.
Serviço:
O quê? Estreia da turnê Nordeste do espetáculo “A
Noite dos Palhaços Mudos”
Quando? Dias 19, 20 e 21 de julho, às 20h
Onde? Natal - Teatro Alberto Maranhão (Praça Augusto
Severo, s/n, Ribeira)
Quanto? R$ 20 (inteira) e R$ 10 (estudante e pessoas
acima de 60 anos)
www.laminima.com.br
Qualidade
evidenciada em prêmios
Já na sua estreia, em 2008, em São Paulo, “A Noite
dos Palhaços Mudos” teve sua qualidade reconhecida. Foram quatro indicações ao
Prêmio Shell 2008, vencendo na categoria Melhor Ator – graças às brilhantes
atuações de Domingos Montagner e Fernando Sampaio – e seis indicações ao Prêmio
Coca-Cola FEMSA de Teatro 2008.
Mas não pense que acabou: foi eleito o “Melhor
Espetáculo de 2008” pela Folha de São Paulo e pela revista Bravo!, ganhou o
“Prêmio de Melhor Espetáculo de Sala Convencional e Melhor Elenco” por meio do
Prêmio Cooperativa Paulista de Teatro 2008, além de muitas outras indicações.
Sobre o espetáculo
Os Palhaços Mudos são seres que habitam a cidade e
dedicam-se a praticar palhaçadas. Existe uma Seita, no entanto, que os
considera uma ameaça alarmante e os persegue, na tentativa de extingui-los.
Numa noite de caça a dois Palhaços, conseguem
capturar apenas um e, na tentativa de matá-lo, conseguem apenas arrancar seu
nariz. O pobre mutilado escapa, mas não consegue suportar a vergonha e se
desespera. Surge então o segundo Palhaço Mudo, que entende o que aconteceu e
arrasta-o para um ousado resgate nasal.
Neste contexto, perseguições em meio às sombras de
uma seita secreta misturam-se a truques de magia, números musicais e
referências contemporâneas, numa estética de inspiração cinematográfica. A
direção é de Alvaro Assad; o elenco conta com os atores Fernando Sampaio,
Fernando Paz e Paulo Federal – que substitui Domingos Montagner, em viagem para
gravação da nova novela da Globo; a iluminação é de Wagner Freire; os figurinos
são assinados por Inês Sacay e a música original é de Marcelo Pellegrini.
Sobre o La Mínima
Em 1997, Domingos Montagner e Fernando Sampaio criam
o Grupo La Mínima, depois de uma jornada iniciada quando se conheceram no Circo
Escola Picadeiro, em São Paulo. O primeiro espetáculo foi o “LaMínima Cia. de
Ballet”, baseado no humor físico e nas clássicas paródias acrobáticas.
Desde então, o circo e a arte do palhaço de
picadeiro conduzem o trabalho da dupla, em espetáculos como “À La Carte”
(2001), “Piratas do Tietê, O Filme” (2003), “Feia” – Uma comédia circense
(2006),“Reprise” (2007), “A Noite dos Palhaços Mudos” (2008), inspirada em HQ
de Laerte, e a mais nova produção “O Médico e Os Monstros” adaptação de Mário
Viana e direção de Fernando Neves; e na participação em festivais como o
Festival de Curitiba – Mostra Oficial (2000), 23º Festival Mundial de Circo de
Demain - Paris (2002), Teatralia – Madrid (2002), 21º Festival Internacional
Teatro a Mil – FITAM – Chile (2004), Festclown de Brasília (2006), Festival de
Circo do Brasil (2005 e 2007), Temporada de 2 meses do espetáculo Sueños em el
Circo Price, Madrid / Espanha, entre outros.
Dentre os principais prêmios recebidos pelo La
Mínima, se destacam: Prêmio APCA por Melhor Espetáculo Infanto-Juvenil, com
“Piratas do Tietê – O Filme” e Melhor Espetáculo com Técnicas Circenses, por “À
La Carte”; Prêmio Coca-Cola FEMSA na Categoria Especial pela Valorização de
Números Circenses de Humor Físico de 2007, por “Reprise” e de Melhor Espetáculo
Jovem de 2003 por “Piratas do Tietê – Filme”; e Prêmio Em Cena Brasil do
Ministério da Cultura, em 2002, por “À La Carte”. “A Noite dos Palhaços Mudos”
também recebeu diversas premiações e indicações.
Lorena
Gurgel
Jornalista
- DRT 1586
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