Por Albimar Furtado*
Jornalista
▶ Albimar@Superig.Com.Br
Perdão, caro leitor, sei que já tomou uma super dose
de Corinthians durante toda a semana. E logo eu que não sou corintiano, o
coração não me bate mais forte pelo time paulista, nunca fiquei acordado até
mais tarde para vê-lo jogar.
Corrijo, nunca tinha ficado. Noite de quarta-feira
tomei a decisão de adiar para a manhã seguinte o trabalho de preparar estas
letras para este espaço e me postei diante da televisão. E fui Corinthians como
sempre fui Bangu, ABC, Portuguesa. De alma e coração. Mesmo reconhecendo o
valor do Boca, admirador, como sempre fui, do futebol bonito e eficiente de
Riquelme (hoje já nem tanto). Mas o Boca não é Brasil.
Não tinha também o direito de desejar que a festa
exuberante, espontânea, bonita, feita de gente de todas as classes fosse
frustrada. Seria insensível se assim desejasse. Vi o jogo. Um grande jogo? Não.
Mas um espetáculo de emoção a cada minuto, em qualquer disputa de bola, na raça
exposta no rosto, no grito, na corrida, na força, na cara feia.
Não havia estrelas entre os corintianos. A maior
delas, surgida nos últimos jogos pelo exagero da imprensa, estava e ficou no
banco, Romarinho. Uma grande sacada de Tite. Não expôs o garoto à volúpia
midiática. O menino saiu engrandecido pelo título e pela contribuição que havia
dado à conquista. Sem ficar na iminência de uma superexposição, de ser mostrado
como o fenômeno que ainda não é.
Fenômeno foi o Corithians. Não tinha estrelas, mas
tinha Tite. Teve futebol trabalhado, corrido, de raça, uma raça do tamanho de
sua torcida. Na noite de quarta-feira venci o sono, ganhei o jogo. Venci a
frustração de naquele mesmo dia ter ouvido a informação de que o Brasil estava
fora das dez melhores seleções mundiais, no ranking da Fifa. À noite, a vitória
foi do futebol feito de jogadores, não de stars.
*Texto publicado na
coluna do jornalista no NOVO JORNAL
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