O Ministério da Saúde vem aumentando os recursos
para tratamento de fumantes no Brasil. Em 2011, foram investidos R$ 33 milhões
na aquisição dos medicamentos para tratar cerca de 340 mil usuários de cigarros
atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O valor investido no ano passado
foi 470% maior na comparação com 2005, quando os recursos ficaram na ordem de
R$ 2,9 milhões.
Nos últimos seis anos, as Secretarias de Saúde
municipais receberam cerca de 44,3 milhões de adesivos, 5,3 milhões de gomas de
mascar e 3,1 milhões de pastilhas de nicotina; além de 16,4 milhões de
comprimidos de cloridrato bupropiona - recurso que totaliza R$ 98 milhões. O
número de consultas de avaliação clínica de tabagistas realizadas pelas
unidades de saúde aumentou 55% em três anos, passando de 56.723, em 2008 para
126.651, em 2011.
O secretário de Atenção à Saúde, Helvécio Miranda
Magalhães, considera de extrema importância a expansão da oferta de
medicamentos para o tratamento de fumantes no SUS. “O Ministério da Saúde está
engajado na luta contra o tabagismo, responsável por 36% das mortes no país”,
ressaltou o secretário, que participou, nesta quinta-feira, da cerimônia
realizada pela Organização Mundial da Saúde em comemoração ao Dia Mundial Sem
Tabaco.
Deste o início deste ano, a distribuição dos
medicamentos anti-tabagismo passou a ser gerenciada pelo Sistema Nacional de
Gestão da Assistência Farmacêutica (Hórus), criado pelo Ministério da Saúde em
2010. O Hórus permite maior controle sobre o repasse e monitoramento dos
medicamentos junto aos estados e municípios. Atualmente, 500 municípios de 15
estados utilizam o sistema.
DADOS
Dados do Sistema Nacional de Vigilância de Doenças
Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) 2011, realizado nas 27 capitais
brasileiras, demonstram que o percentual de fumantes passou de 16,2%, em 2006,
para 14,8%, em 2011. A frequência é menos da metade do índice de 1989, quando a
Pesquisa Nacional de Saúde e Nutrição (PNSN), realizada pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontou 34,8% de fumantes na
população. A incidência de homens fumantes no período 2006-2011 diminuiu a uma
taxa média de 0,6 % ao ano, sendo esta tendência de queda constatada em todas
as faixas etárias e independentemente do grau de escolaridade.
O Vigitel também mostrou diminuição na proporção dos
homens que fumam mais de 20 cigarros por dia, o chamado fumo pesado e são as
mulheres (13,3%) e os adultos entre 18 e 24 anos (17,7%) quem mais sofrem com o
fumo passivo dentro de casa. Já no trabalho, a frequência de homens atingidos
pelo fumo passivo (17,8%) é mais que duas vezes superior à registrada entre as
mulheres (7,4%).
Outra pesquisa realizada pelo IBGE mostra que o
consumo de cigarro começa na infância. A Pesquisa Nacional de Saúde realizada
entre Escolares (PeNSE), no ano de 2009, estimou em 618.555 o número de
escolares frequentando o 9º ano, com idade entre 13 e 15 anos. Nesta população,
24,2% experimentaram o cigarro alguma vez na vida, sendo que os alunos de
escolas públicas são os mais expostos a este fator de risco, (25,7%) em relação
àqueles de escolas privadas (18,3%).
APOIO – O SUS oferece tratamento gratuito para quem
deseja parar de fumar desde 2005. A busca ao tratamento é o objetivo mais
frequente entre quem liga para Ouvidoria do SUS / Disque Saúde. Além disso, o
Ministério da Saúde atua ativamente em ações que ajudaram a reduzir o consumo
de cigarro no país, como a proibição de publicidade, aumento de impostos e
inclusão de advertência no maço. Também foi lançado em 2011 o Plano de
Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) no Brasil, que
prevê a redução, até 2022, de 15% para 9% a proporção de fumantes na população
adulta brasileira e também a iniciação de adolescentes e adultos.
DIA
MUNDIAL SEM TABACO
Em 1987, a Organização Mundial da Saúde (OMS)
estipulou 31 de maio como o Dia Mundial Sem Tabaco com o objetivo de
conscientizar todos os países sobre a epidemia do tabaco, as doenças e mortes
evitáveis causadas por ele. Segundo a organização, cerca de 200 mil pessoas
perdem a vida a cada ano em decorrência do uso do cigarro no Brasil.
Este ano, a OMS escolheu o tema A Interferência da
Indústria do Tabaco para ser discutido na data mundial. Seguindo esta mesma
linha de atuação, o Ministério da Saúde, juntamente, com o Instituto Nacional
do Câncer (INCA) lançaram a campanha Fumar: faz mal pra você, faz mal pro mundo
que traz a discussão sobre os malefícios causados a saúde dos produtores e
consumidores do tabaco. [Ascom/MS]
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