Na tarde desta segunda-feira (11), a Assembleia
Legislativa do Rio Grande do Norte debateu, em audiência pública, a situação da
cajucultura no estado. A iniciativa foi do deputado Gustavo Fernandes e o
evento buscou analisar a real situação dos produtores e apontar possíveis
soluções para o setor, que atualmente sofre com vários problemas no RN. Participaram
dos debates Elano Gomes Pinto, da Associação de Produtores de Severiano Melo, o
presidente da Associação dos Cajucultores do Ceará, João Batista de Carvalho, o
vice-presidente da Federação da Agricultura do Ceará, Normando Soares, o gestor
de projetos do Sebrae, Lecy Carlos Gadelha, o coordenador de produção vegetal e
fruticultura da Emparn, João Maria de Lima e o presidente da Faern, José
Vieira.
De acordo com os debatedores, entre produtores
rurais e técnicos do RN e do Ceará (que enfrenta os mesmos problemas) não
existe assistência técnica e sem acesso a novas tecnologias não será possível
melhorar a produtividade - que está muito baixa nos estados que cultivam o
caju.
“Aliado a isso tudo, o preço baixo pago pelo mercado
ao nosso produtor, que já sofre atualmente com essa seca devastadora, prejudica
muito o setor”, ressaltou o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária
do Rio Grande do Norte (Faern), José Álvares Vieira.
O deputado Gustavo Fernandes explicou que, com base
em informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o
Nordeste, com uma área plantada superior a 750 mil hectares, responde por 100%
da produção nacional e o Ceará, Piauí, Bahia e Rio Grande do Norte são os
principais produtores. “As exportações das principais frutas do Rio Grande do
Norte alcançaram 135,2 milhões de dólares em 2011. A castanha de caju
movimentou 50,2 milhões de dólares e ficou com a segunda posição na pauta
externa. Apesar de tanto potencial, uma questão primordial na atividade do caju
necessita ser revista: Trata-se do baixo preço recebido pelo produtor. O seu
empobrecimento resultou na incapacidade de realizar novos investimentos”,
alertou o parlamentar.
Ações
De acordo com o presidente da Faern, José Vieira,
ações precisam ser feitas imediatamente para sanar esse declínio do setor da
cajucultura. “Se não nos alertarmos para esse grave problema o setor e os seus
inúmeros produtores sofrerão as terríveis consequências. Depois disso, não
adiantará reclamar dos bolsões de miséria que aparecerão nas pequenas cidades e
zonas rurais. E as ações começam com assistência técnica efetiva e pesquisa de
ponta. Aliado a isso, um melhor preço pago aos nossos produtores rurais.
Afinal, no território potiguar o produtor vende hoje um quilo da castanha por
R$ 1,40 enquanto que a importada chega aqui, em média, a R$ 2,19”, explicou
Vieira. [Por Paulo Correia / AEcoar]
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