Por
João Bosco de Araújo
Jornalista
▶ boscoaraujo@assessorn.com
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Foto: blog assessorn.com
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O potiguar Basílio Ginane foi um dos poucos caicoenses,
ou talvez o único, a ter uma amizade, digamos mais próxima, com o sanfoneiro e
cantor Luiz Gonzaga. Seu Basílio também possuía ou possui uma sanfona cento e
vinte baixos e vez por outra tocava em festas em sua Fazenda Gavião, e outras
ocasiões. E foi numa dessa ocasião que o caicoense teve o privilégio de
receber em sua residência, na Avenida Coronel Martiniano, o cantor e compositor
ilustre.
Recepção à altura de um rei, Seu Basílio não se fez
de modesto. Oferecidos o melhor da cozinha sertaneja ao gosto do nobre convidado
e dos presentes ao jantar numa noite de festa junina, o dono da casa não titubeou,
pediu licença e se ausentou. E não demorou o suficiente de retornar abraçado à
sua sanfona de cor branca com detalhes vermelhos, ou rubra pintada de algumas partes
brancas.
O certo é que o anfitrião logo abriu um sorrisão, ao
jeito de quem sabe do riscado. Basílio não se intimidou com a presença célebre,
puxou o fole e tocou ao seu estilo, do seu modo peculiar e simplório, mas com a
intenção de ser naquele instante o seu minuto de fama, de estrela, diante do mais
conceituado artista da música sertaneja nordestina, não por isso denominado o Rei
do Baião.
Terminada a efêmera apresentação, o tocador fechou o
acordeom e como em um julgamento perante jurados perguntou sua performance e
para alegria e felicidade geral, ouviu no vozeirão do velho Gonzagão: “Gostei,
cabra da peste”.
Foi o bastante para Seu Basílio nunca mais esquecer em
sua vida de ter sido elogiado por alguém nada mais, nada menos, o seu maior
ídolo, o homem mais importante a pisar em seu lar e sentar-se à sua mesa.
E veja que Basílio Ginane que foi vereador por
diversos mandatos e vice-prefeito de Caicó, recebeu em sua casa, fosse na
cidade como na fazenda, gente da mais alta categoria.
Ainda com a memória à flor da pele, Seu Basílio, aos
94 anos - ele nasceu sei anos depois do amigo e ídolo Luiz Gonzagado Nascimento – ainda se mantém firme e forte (foto), e me revelou esse fato histórico de sua vida ao visitá-lo no
início deste ano em seu apartamento, no bairro Lagoa Nova, em Natal.
Legal amigo Bosco! Bela reportagem e um registro importante que muitos seridoenses, como eu, desconhecia.
ResponderExcluirUm saudoso abraço.
Valeu pela visita, caro Galego! Foi por volta de meados dos anos 70, e nós já havíamos saídos do GEJA, quando ocorreu esse encontro na casa de Basílio Ginane. Na época este blogueiro morava em SP, porém, agora, após este post, meu irmão Gilberto telefonou e me confirmou, ressaltando que o poeta e cordelista Leandro fez um verso sobre essa visita do Rei do Baião, que infelizmente ele disse não ter guardado o folheto.
ResponderExcluirLuiz Gonzaga esteve na casa do meu avô Basilio Ginane em 1986, se eu não me engano, já no Bairro Penedo em sua última visita à Caicó. Tenho a foto no meu face "Marta Ginane".
ResponderExcluirMarta Ginane
E em nome do meu avô Basilio Ginane e de toda nossa familia agradeço a linda homenagem... ele ficou muito emocionado. Marta Ginane
ResponderExcluirFALEI PRIMO ADOREI A REPORTAGEM,PARABÉNS.
ResponderExcluirValeu pela visita de todos. Marta, também me emocionei ao saber do comentário do avô. Seu Basílio tem um apreço muito grande pelos "Salviano", e sempre tem uma história boa para contar, entre as quais do Tio Joca, vaqueiro legitimo do sertão seridoense, das bandas do Umbuzeiro, amançador de burro-brabo, baixinho de pernas tortas, das velhas origens. obrigado pela foto histórica, grande abraço a todos.
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