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terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Moacyr Franco

--- Walter Medeiros*waltermedeiros@supercabo.com.br  

A platéia lotou o Teatro Riachuelo na noite do sábado, 11.02.2012, com ingressos sem descontos promocionais, para assistir a um show emocionante, de um cantor emocionado que há mais de cinqüenta anos faz parte da vida dos brasileiros. É impossível encontrar alguém em nosso país que não conheça pelo menos uma música do nosso ídolo, que já está com seus 76 anos e apresenta um vigor impressionante. Refiro-me a Moacyr Franco, um artista eclético, que veio mais uma vez a Natal mostrar seu imenso trabalho.

Acompanho o sucesso de Moacyr Franco desde os primeiros momentos, naquela Natal dos carnavais de blocos, quando todo mundo cantou “Me dá um dinheiro aí”. E a feliz sequência, décadas depois, com a impecável “Turbilhão” (A nossa vida é um Carnaval). Nosso ídolo é isso: Alegria do Carnaval; Educação infantil; Novo romantismo; Sertanejo em guarânias; Baladas inesquecíveis e muito mais.
Educação infantil está em muitas músicas engraçadas e puras que fez para seu público em geral, mas que as crianças adoram, como aquela do japonês “Cata aí, cata aí, cata cata já” e o “Professor”, entre outras, que meus netos ouvem seguida e incansavelmente.

Minha impressão é que Moacyr chegou à música decidido a não passar pelos boleros dos anos dourados, mas recebeu influência extasiante do cinema. “É tão calma a noite / A noite é de nós dois” esbanjava sensibilidade com um toque de novos tempos. Também não se engajou na fossa doloresduraniana, mas sintetizou o sofrimento em “Mas se um dia eu tiver de chorar / ninguém chora por mim”. E “Querida hoje volto / cansei de sofrer / perdoa se um dia / tentei te esquecer”.

Numa evolução especial e própria, trouxe a estrondosa homenagem a Garrincha, com a “Balada nº 7” – “Mata a saudade no peito / driblando a emoção”.  E enquanto imaginava “Que será de ti / quando a ilusão / em teu coração  / for chegando ao fim”, cantava que “Quando estou triste o pensamento vai / pelos caminhos de voltar”, em sua música do mar, que gosto muito e tive imensa surpresa ao ouvir em julho de 2004 numa rádio em Stuttgart, Alamanha.

Moacyr Franco teve momento de ostracismo, mas superou o obstáculo, voltando a fazer sucesso e sempre produzindo guarânias que despontaram como sucesso em sua voz e nas vozes de cantores sertanejos. Hoje é querido por gente de todas as idades e dedica atenção especial a todos os seus fãs.

Naquele show do dia onze ele emocionou a platéia gigante, mostrou que está com a voz forte, potente e com a mesma sonoridade de sempre; dançou suas belas baladas com inúmeras mulheres, muitas delas com mais de setenta anos e transformou aquele ambiente de luzes, melodias e corações pulsando num grande sonho.

O que mais chamou atenção, no entanto, foi uma demonstração de humildade somente própria de pessoas tão especiais. Ele agradeceu ao produtor por ter incluído seu nome na pauta do Teatro Riachuêlo, que considera, como muitos outros artistas, o mais completo do Brasil. O que leva a deduzir que não só a platéia ficou feliz com o espetáculo, mas também o artista estava em uma noite além de especial.

*Jornalista / Natal-RN
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Um comentário:

  1. que texto divino....vc descreveu o Moacyr tal qual o vejo. amo esse cantor, compositor, comediante e tantas outras aptidões em um só...esse é um artista completo. conheço suas músicas, lembro dos programas de Tv...ah...o Moacyr foi o meu primeiro amor e continuará sendo..é o meu artista favorito, amado, querido, etc...Obrigada a vc que escreveu tão lindamente sobre ele. Tomara que um dia ele venha fazer um show aqui no Sul e que eu possa ir para tambem dançar como essas senhoras que tiveram essa honra..."Inveja boa". Parabens mesmo por escrever tão bem. vc ganhou uma fã. Alice

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