Todos os viajantes que pretendem visitar outros
países devem estar vacinados contra o sarampo e a rubéola. É o que recomenda o
Ministério da Saúde, seguindo orientação da Organização Pan-Americana da Saúde
(OPAS). Os vírus causadores dessas doenças ainda circulam intensamente em
diversos países do mundo. Por isso, ao viajar para o exterior, as pessoas que
não foram vacinadas ficam expostas ao risco de contrair sarampo e rubéola,
podendo contribuir a reintrodução dessas doenças no Brasil.
Atualmente, de acordo com a Organização Mundial da
Saúde, a Europa enfrenta uma epidemia de sarampo, com mais de 25 mil casos registrados
em 33 países. Por isso, com a proximidade das férias, o turista brasileiro não
vacinado que viajar ao exterior fica exposto ao risco de contrair a doença. A
recomendação também se estende quem viaja aos Estados Unidos e outros países
das Américas, devido à grande circulação de turistas europeus nesta região.
É importante que os viajantes não vacinados recebam
a vacina pelo menos 15 dias antes da partida. A vacina dupla viral, disponível
na rede pública, é eficaz contra sarampo, rubéola e caxumba. Além disso,
crianças que receberam a vacina tríplice viral entre os seis e 11 meses de vida
devem ser revacinadas aos 12 meses de idade.
Apenas as pessoas que apresentam contraindicações
médicas e crianças menores de seis meses de idade não devem ser vacinadas. Na
dúvida, devem consultar um médico antes de se vacinar e podem obter o endereço
e os horários de funcionamento das salas de vacinação junto a Secretaria de
Saúde do seu município. Em todo país, são mais de 30 mil salas de vacinação.
Indivíduos com suspeita de sarampo ou rubéola devem
procurar o serviço de saúde mais próximo e evitar o contato com outras pessoas
por sete dias, contados a partir do começo do exantema – manchas vermelhas na
pele, sinal comum nas duas doenças (leia mais abaixo sobre sinais e sintomas).
É extremamente importante que qualquer profissional
de saúde, do setor público ou privado, notifique às autoridades locais de saúde
(Secretarias Municipais e/ou Estaduais) a ocorrência de qualquer caso suspeito
de sarampo ou rubéola. Isso possibilita uma resposta rápida para eliminar o
risco de reintrodução desses vírus em nosso país.
Na última década, foram desenvolvidas diversas
atividades estratégicas, destacando-se o fortalecimento da vigilância
epidemiológica com a investigação de casos suspeitos, vacinação de mulheres em
idade fértil e disponibilidade da vacina tríplice viral na rede pública. Como
resultado, desde 2000, o país está livre da circulação autóctone do vírus do
sarampo. Significa que o agente causador da doença não circula de maneira ampla
no território nacional. No caso da rubéola, desde 2008 não há circulação
autóctone do vírus (leia mais abaixo).
SARAMPO
Doença aguda, altamente contagiosa, transmitida por
vírus. Os sintomas mais comuns são febre, tosse seca, exantema (manchas
avermelhadas), coriza e conjuntivite. A transmissão ocorre de pessoa a pessoa,
por meio de secreções expelidas pelo doente ao tossir, falar ou respirar. O
período de transmissão varia de quatro a seis dias antes do aparecimento do
exantema até quatro dias após o surgimento das manchas. A vacina é o meio mais
eficaz de prevenção.
De 2001 a 2005, o Brasil apresentou apenas 10 casos
de sarampo, dos quais quatro foram importados (Japão, Europa e Ilhas Maldivas)
e seis casos eram associados a essa importação. Em 2006, foram registrados 57
casos na Bahia com fonte de infecção desconhecida, com identificação de
genótipo que ainda não tinha circulado no país. Em 2010, foram confirmados 68
casos (no Pará, Rio Grande do Sul e Paraíba) – todos importados ou associados a
esses casos importados.
Este ano foram registrados 42 casos de sarampo no
país, em oito estados: São Paulo (26), Rio Grande do Sul (7), Rio de Janeiro
(4), Distrito Federal (1), Bahia (1), Minas Gerais (1), Piauí (1), Mato Grosso
do Sul (1). Todos importados ou associados a esses casos importados.
RUBÉOLA
Transmitida por vírus, os sintomas mais comuns são
febre e exantema, inflamação de gânglios e artralgia. O período de transmissão
é de cinco a sete dias do aparecimento de machas avermelhadas. A transmissão
ocorre de pessoa a pessoa por meio de secreções expelidas pelo doente ao
tossir, falar e respirar.
Outra forma de transmissão é por via sanguínea, o
que ocorre somente quando mulheres grávidas adoecem e transmitem para o feto. A
infecção na gravidez acarreta inúmeras complicações para os recém-nascidos,
como malformações congênitas, principalmente cegueira e surdez. A vacina também
é o meio mais eficaz de prevenção. [por Rafaela
Ribeiro, da Agência Saúde – ASCOM/MS]
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