Por Flávio Rezende*
Flávio Rezende ladeado pela irmã e o pai, ao receber premiação no RJ (Foto:divulgação) |
Sou aquele tipo de pessoa que se estiver para fazer a transição entre os dois mundos não farei nenhuma objeção a missão dos amigos espirituais encarregados de cortar o cordão que nos liga ao plano material. Confesso que partirei com imenso prazer lembrando que, mesmo sendo assim, não tenho nenhum plano de ir tão cêdo, pois, se já tive uma vida repleta de muitas emoções e acontecimentos, acredito que ela continuará assim, uma vez que gostando de agir sempre, estarei consequentemente lotado de ações diversas para realizar aqui no plano em que estamos.
Escrevo isso horas depois de vivenciar um dos grandes momentos de minha atual encarnação. No dia 7 de fevereiro, de noite, na presença do meu pai Fernando Rezende, sua esposa Núbia e de minha irmã Lilian, recebi o Prêmio ANU, em nome da Casa do Bem, numa solenidade que tentarei aqui, revelar.
Pela primeira vez no Brasil, uma entidade, a Central Única das Favelas - CUFA, instituiu uma premiação para os melhores projetos sociais que acontecem em bairros pobres do Brasil. A Casa do Bem ganhou o prêmio pelo Rio Grande do Norte através de um dos projetos, o Alfabetização de Adultos. Até presenciar o evento eu não tinha idéia de como seria a premiação.
Recebi da produção passagem aérea, hospedagem, alimentação e, fomos todos levados ao Theatro Municipal do Rio de Janeiro, um lugar lindíssimo, considerado um dos espaços mais nobres da cultura fluminense e nacional. Chegando no Municipal passamos por aqueles momentos de celebridades, com direito a um monte de mimos até chegarmos na primeira fila, lugar para nós reservado.
O evento foi prestigiado por dois ministros, por artistas famosos como Lázaro Ramos, Hélio de La Peña, Marcos Frota, Regina Casé, Fernanda Torres, Edson Celulari, cineasta Cacá Diegues, jornalista Miriam Leitão e, apresentado pela dupla Luciano Hulk e Juliana Alves, entre tantos outros famosos e conhecidos da mídia nacional.
Entre uma entrega dos ANUS e outra, em grupos de quatro estados, shows de Sandra de Sá, MV Bill, Alcione, Fernanda Abreu, Dudu Nobre e vários outros.
Nós, os vencedores do ANU fomos tratados como reis, elogiados pelos artistas convidados, tidos como os protagonistas de um novo Brasil, mais solidário, mais próximo ao ideal que tanto sonhamos e milernamente decantamos em versos, prosas e discursos, de igualidade, liberdade e fraternidade.
Cada um de nós dispunha de 30 segundos para falar e, na minha vez, quebrando o protocolo sai do meu lugar no palco, entreguei camisas da Casa do Bem para os apresentadores e pedi para que todos os presentes aplaudissem de pé o meu pai, relatando no momento que o que eu sou agora deve-se, e muito, a educação humanista que recebi dele e de minha mãe no passado.
Este foi um dos grandes momentos de minha vida. Assistir do palco do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, na presença da nata dos artistas do meu país, dos protagonistas dos melhores projetos sociais do Brasil e de autoridades máximas, meu pai sendo ovacionado de pé por todos, foi um acontecimento que já está maravilhosamente gravado em meu HD espiritual e, dele, jamais, em tempo algum, será apagado.
Encerrando minha fala pedi a Luciano Hulk que pudesse fazer uma reportagem em seu programa daqueles projetos vitoriosos, inclusive os da Bahia e do Rio de Janeiro, que venceram a premiação maior, o ANU Nacional.
Logo após a entrega dos prêmios, todos foram para o coquetel e, neste momento, tanto o ministro Orlando Silva como os demais vencedores do ANU e vários artistas, me cumprimentaram pela emocionante e única homenagem prestada no palco, a uma pessoa de idade, uma vez que meu amado pai tem 87 anos.
Homenageei minha querida mãe Miriam Leite com o nome de um condomínio de apartamentos populares que construi, pois também sou construtor. Homenageei meu querido filho mais velho Gabriel Kalki com o nome de um outro condomínio que estou concluindo. Homenageei minha filha Mel junto com minha querida esposa Deinha com a publicação do livro "Cartas para Mel".
No interior da Casa do Bem já prestei várias homenagens a pessoas que nos ajudam com trabalhos voluntários ou recursos financeiros necessários a nossa sobrevivência. A própria Casa do Bem leva também o nome do meu pai.
Homenageio diariamente os jovens, adultos e idosos de Mãe Luiza e da cidade do Natal dedicando meu tempo para que ações humanitárias diversas os beneficiem de alguma maneira. Com este trabalho - pelo qual não recebo remuneração e que faço cada vez mais com dedicação quase total, homenageio o planeta que estou inserido de maneira sadia e feliz.
Enfim, encerro este depoimento pessoal, reafirmando que a única coisa que me move sempre, é continuar homenageando a meu próprio ser enquanto entidade necessitada de evolução espiritual, através de ações diversas que contenham em seu bojo, em seu cerne, em sua essência maior, os valores humanos, tão necessários e importantes para todos nós, que incluem principalmente a universalidade do amor por tudo e por todos.
Em momentos tão emocionantes como estes que pude vivenciar no Rio de Janeiro - cidade que tanto amo, levanto as mãos para o alto, ponho Santana no MP3 e, com os olhos marejados das mais abençoadas lágrimas que Deus pode produzir, sinto o coração explodir de êxtase com ecos do educador e condutor espiritual indiano Sai Baba quando afirma: "love all, serve all", amar a todos, servir a todos.
O Prêmio ANU é do BEM e a Casa do Bem merece cada milímetro do que presenciei e vivenciei na noite do último dia 7 de fevereiro de 2011.
Por tudo isso e muito mais, sou realmente um ser, feliz, feliz, feliz.
escritor, jornalista e ativista social em Natal-RN (escritorflaviorezende@gmail.com)
Confira aqui matéria de O Globo
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