Há 18 anos o Banco do Nordeste do Brasil abandonou projeto avançado
O Centro de Treinamentos Senadora Kátia Abreu, em Parnamirim, recebe nesta sexta-feira (18), às 09h30 palestra do jurista Carlos Amado, especializado em crédito rural, e que irá ministrar uma apresentação aos prodesianos (grupo formado por engenheiros agrônomos, médicos veterinários e zootecnistas) do Rio Grande do Norte, sobre os direitos e deveres desse segmento em relação ao Banco do Nordeste.
De acordo com o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Rio Grande do Norte (Faern), José Álvares Vieira, a palestra será uma oportunidade para os prodesianos do estado se informarem melhor sobre os seus direitos. “Creio que será uma boa oportunidade para todos. Será o momento ideal para eles (os prodesianos) saberem mais sobre os seus direitos. A Faern dará todo o apoio na realização dessa palestra, fornecendo o Centro Kátia Abreu para essa exposição”, explicou Vieira.
Na década de 1990, centenas de profissionais de ciências agrárias foram selecionados pelo Banco do Nordeste para programar um auspicioso programa de Difusão de Tecnologia. O programa se chamava Prodesa. Em 1992 os “prodesianos” selecionados foram levados para Fortaleza para participar de 400 horas de curso preparatório para desenvolvimento da agricultura no semi árido. Cada Prodesiano compraria uma fazenda financiada pelo Banco do Nordeste para desenvolver tecnologia para o trópico semi árido com área de ação num raio de 50 km ao redor da área onde for adquirida a fazenda demonstrativa, ficando obrigado a ter dedicação exclusiva a este projeto e obrigado a romper todo e qualquer vínculo empregatício. Naquela época o programa Prodesa era considerado a “menina dos olhos” do então presidente do BNB.
Novas prioridades
No início do governo do sociólogo Fernando Henrique Cardoso, ocorreu uma mudança na direção do Banco do Nordeste e houve um grande redirecionamento de prioridades. O Programa Prodesa foi deixado de lado. Os prodesianos deixaram de ser os agentes de difusão de tecnologia e passaram a receber tratamento comum de um produtor rural devedor de um financiamento, como outro qualquer. O que era financiamento para difusão de tecnologia virou apenas dívida rural.
Com o indexador TJLP as dívidas foram infladas e a grande maioria dos prodesianos ficaram em sérias dificuldades financeiras e familiares. Eles perderam o tratamento prioritário prometido anteriormente e caíram no esquecimento.
Após 15 anos os profissionais de ciências agrárias batizados como prodesianos, que eram a “menina dos olhos”, se transformaram em vítimas do descaso e abandono. Muitos projetos foram abandonados ou estão estagnados, em situação falimentar.
“Ao Deus dará”
Muitos profissionais e suas famílias foram penalizados. Muito dinheiro público foi investido e não se observa nos meios oficiais qualquer preocupação com esta questão. “Será sobre essa e outras questões que a palestra de sexta-feira no Centro de Treinamentos Senadora Kátia Abreu irá se formar”, finalizou o presidente da Faern, José Vieira. [Com reportagem de Paulo Correia]
0 comentários:
Postar um comentário