Por Cinthia Moreno
Fisioterapeuta – Casa Durval Paiva
CREFITO 83476-F
O medo é uma
reação que existe para nos proteger de perigos. Diante de situações
ameaçadoras, o nosso corpo se prepara para uma possível luta ou fuga e, sem
perceber, algumas substâncias (hormônios) são lançadas na corrente sanguínea,
promovendo várias alterações em frações de segundos: o coração dispara, a respiração
acelera, os músculos contraem, ficamos suados, a boca seca, etc. Esse mecanismo
é normal.
Todos nós
temos medo. Algumas pessoas tem medo de altura, de elevador, de falar em
público ou de animais, como cobra e rato. Já outras têm medo de ficar sozinhas
ou de estar em lugares com muita gente. O perigo pode ser real, ou não, e pode
estar ligado a uma experiência ruim vivida, ou ouvida, anteriormente.
Pacientes
que passam por cirurgias e depois necessitam de reabilitação física também têm
seus medos. E são os mais variados: medo de sentir dor, de abrir a cicatriz, de
quebrar o osso, de sangrar. Nesse contexto, explicamos às crianças e
adolescentes que o medo diante de uma situação nova, que eles não conhecem e
nunca viveram é normal, mas não pode comprometer o seu desenvolvimento, nem a
evolução do tratamento. Explicamos também que se ele está no setor de
fisioterapia é porque tem indicação e capacidade. O que fazer então quando o paciente começa a
tremer e pede para você não tocá-lo? Como agir quando a criança chora ao entrar
no setor de fisioterapia?
Na rotina de
atendimentos do setor de fisioterapia da Casa Durval Paiva, constatamos que a
empatia e uma comunicação clara, objetiva, com uma linguagem que o paciente
compreenda são fundamentais para fazer o medo ir embora e dar lugar à
confiança. Quando o paciente sabe exatamente o que será feito e o que pode
sentir, ele permite que a conduta terapêutica seja realizada.
É
fundamental que o paciente se sinta acolhido e à vontade para falar do que tem
medo. A partir daí, é possível explicar os objetivos e o que será feito para
alcançá-los. Demonstrar o exercício ou a mobilização passiva que será realizada
ajuda o paciente a compreender o que de fato será feito. A demonstração pode
ser exercida pelo próprio fisioterapeuta ou no membro sadio do paciente. Por
exemplo: se o paciente precisa iniciar movimentos em seu joelho direito, a
demonstração é feita com movimentos no joelho do fisioterapeuta, ou no joelho
esquerdo do paciente pra permitir a percepção do movimento.
Em alguns
casos o medo é exacerbado e desproporcional, tornando-se patológico. Ao
perceber características de fobia ou de estados de ansiedade, é necessário
encaminhar o paciente para um psicólogo ou psiquiatra. Pois será muito difícil
progredir com o tratamento de reabilitação sem um tratamento efetivo promovido
por esses profissionais.
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