Este
ano, o Dia Mundial do Câncer, lembrado na próxima segunda, 4, traz como tema
‘Eu sou e Eu vou’. Nesta edição, as ações objetivam fortalecer a luta pelo
avanço do Projeto de Lei Complementar 143/2018 – PLC dos 30 Dias, que pode
contribuir com o aumento de diagnósticos nos estágios mais iniciais da doença.
A
Associação de Apoio aos Portadores de Câncer de Mossoró (AAPCMR) se engaja na
campanha iniciada pela União Internacional para Controle do Câncer (UICC) e
coordenada nacionalmente pela Federação Brasileira de Instituições
Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (FEMAMA).
Para
alcançar sucesso em relação ao avanço do PLC dos 30 Dias, a FEMAMA propõe às
instituições associadas que encaminhem ofícios aos senadores dos estados onde
estão sediadas, solicitando apoio ao PLC 143/2018 aprovado pela Câmara em
dezembro de 2018.
“O
projeto determina que, em casos nos quais há a hipótese de um diagnóstico de
câncer, os exames necessários à elucidação da doença, bem como sua confirmação
em biópsia, devem ser realizados em um prazo máximo de 30 dias no Sistema Único
de Saúde (SUS). Hoje não há um prazo definido para a confirmação do câncer e a
espera indeterminada pelo início do tratamento pode fazer com que a doença
evolua sem que qualquer medida efetiva contra ela possa ser tomada”, explica a
Federação, através de sua assessoria de comunicação.
A
arquivista Luzineide Batista de Melo, integrante do Toque de Mama, projeto da
AAPCMR formado por mulheres que enfrentaram ou estão na batalha contra o
câncer, sabe a importância desse projeto.
Alguns
anos atrás, após perceber um nódulo na axila e iniciar a busca por consultas e
exames para diagnosticar e tratar o problema, ela procurou um mastologista
através do SUS. Luzineide já apresentava a conclusão de uma punção da axila,
realizada anteriormente. Ao ver o resultado e realizar o exame clínico, o
médico suspeitou de câncer e solicitou outra punção, dessa vez da mama. O
resultado do exame realizado pelo SUS demorou mais de um mês. “Mais de 45 dias
para chegar o resultado”, conta.
O
tratamento foi iniciado com quimioterapia e seguido de cirurgia. Hoje,
felizmente, todos os procedimentos foram concluídos, incluindo a reconstrução
mamária. Mas, como conhece os desafios vivenciados por quem tem câncer,
Luzineide torce pela aprovação do PLC. “Essa ansiedade na espera de início de
tratamento é mais desgastante do que quando você começa o tratamento em si”,
afirma. “A conquista de ter a chance de estar viva é maravilhoso. Sem limites,
não tenho palavras”, diz a arquivista que conhece a importância do diagnóstico
precoce.
Para
tentar agilizar a confirmação do diagnóstico, Lenice Carvalho da Fonsêca
Rebouças, que também faz parte do Toque de Mama, buscou realizar as consultas e
exames pela rede particular. Ela conta que em 5 dezembro de 2017, ao retornar
ao ginecologista com os exames de mamografia e ultrassonografia mamária, soube
que estava com um nódulo classificado como BIRADS 4. Surpreso pela evolução do
nódulo, o médico a encaminhou para um mastologista. Com pressa para cuidar da
saúde, resolveu marcar todas as consultas e exames pela rede privada. Mas diz
que, mesmo assim, a demanda era grande.
A
cirurgia de Lenice para retirada do nódulo na mama, mesmo instante em que o
material foi coletado para ser encaminhado à biópsia, aconteceu no dia 28 de
março de 2018. Segundo ela, desde a cirurgia, todos os procedimentos foram
realizados por meio do SUS. “No dia 28
de março consegui fazer a cirurgia. Depois da cirurgia tive o retorno com 30
dias para o mastologista, foi quando ele examinou e disse que ia dar
continuidade ao tratamento e já encaminhou para o oncologista”, recorda. “O
oncologista passou uma série de exames, o primeiro deles foi a biópsia
imuno-histoquímica, feita a partir do material da cirurgia. São de dez a quinze
dias para liberar o resultado. Foi quando eu iniciei o tratamento com
quimioterapia”, complementa.
Foram
oito sessões da quimio, encerradas há quatro meses. Agora ela está fazendo uso
de uma medicação oral, que vai continuar utilizando por cinco anos.
Mesmo
estando em outra etapa da luta, ela também reconhece a importância do Projeto
de Lei. “Eu acho maravilhoso. É o que realmente a população precisa”, afirma,
já pensando no aumento nas estatísticas de câncer e na necessidade da
comprovação da doença.
Para
reforçar a luta pelo diagnóstico ágil e, seguindo a orientação da FEMAMA, a
AAPCMR encaminhou ofícios aos três senadores do Rio Grande do Norte – Jean-Paul
Prates (PT), Capitão Styvenson Valentim (REDE) e Zenaide Maia (PHS),
solicitando apoio à aprovação do Projeto. Os documentos foram encaminhados
através dos e-mails indicados pelas respectivas assessorias dos senadores.
Consulta
pública
A
população também é convidada a mobilizar-se em torno da causa. Para contribuir,
as pessoas podem acessar o portal do Senado E-cidadania, através do link
http://bit.ly/ApoioPLC30Dias, e responder 'Sim' ao questionamento apresentado:
“Você apoia essa proposição”, referente ao Projeto de Lei. É interessante que
os participantes compartilhem o link e as informações entre seus contatos para
que mais pessoas possam reafirmar a importância do PLC 143/2018.
Direitos
garantidos
Embora
o PLC 143/2018 ainda precise ser aprovado, outros direitos já são garantidos na
luta contra o câncer e a efetivação dos mesmos depende também do acesso à
informação.
Entre
essas conquistas estão a aprovação da Lei 12.732/2012, que estipula o prazo de
60 dias para o início do tratamento pelo SUS, contados a partir da data do
diagnóstico, além de questões como acesso ao Auxílio-doença, aposentadoria, Lei
Orgânica da Assistência Social (LOAS) e Direitos Trabalhistas previstos para os
pacientes oncológicos, entre outros.
Para
orientar sobre os instrumentos jurídicos disponíveis às pessoas em tratamento
contra o câncer, a AAPCMR disponibiliza aos pacientes cadastrados na Associação
assessoria jurídica gratuita, através da advogada Nívia Xaxá.
Servidores
estaduais da saúde iniciam greve nesta terça (05)
O
movimento começará com ato unificado na Governadoria, às 9h
Os
servidores estaduais da saúde do Rio Grande do Norte aprovaram no dia 24 de
janeiro a greve da categoria para o dia 5 de fevereiro. A proposta foi votada
por ampla maioria em assembleia geral no auditório do Sinpol. O início da greve
vai coincidir com um ato unificado, com todos os servidores públicos do estado,
em frente à Governadoria, ás 9h da manhã.
A
greve é fruto dos constantes ataques que os servidores estaduais vêm sofrendo
nos últimos anos. O parcelamento dos salários de janeiro gerou muita revolta
dos servidores da saúde que estão com os salários de dezembro e o 13º de 2018
ainda atrasados. “Os servidores e aposentados da saúde estão endividados, sem
dinheiro até para ir trabalhar”, disse uma servidora.
Além
disso, a governadora Fátima Bezerra (PT), publicou no último dia (21), um
decreto suspendendo o pagamento e o gozo da licença-prêmio, direito garantido
por lei a todos os servidores. O decreto foi revogado pelo governo após reunião
com o Fórum dos servidores, mas está sendo proibido solicitar a licença pelas
direções dos hospitais.
A
saúde é a primeira categoria a iniciar uma greve por tempo indeterminado no
novo Governo. “Atacou nossos direitos, vamos para as lutas!”, enfatiza Manoel
Egídio, coordenador-geral do Sindsaúde-RN.
Projetos
da AAPCMR auxiliam pacientes durante tratamento oncológico
Além
da assessoria jurídica gratuita, para proporcionar aos que lutam contra o
câncer condições de enfrentar a doença com mais estabilidade, a Associação de
Apoio aos Portadores de Câncer de Mossoró e Região oferece diversos serviços a
pacientes e acompanhantes.
Em
Mossoró, duas Unidades – Adulto e Infantojuvenil – disponibilizam hospedagem e
alimentação gratuitas a pacientes e acompanhantes durante o período de
tratamento, além da assistência de uma enfermeira ou técnica de enfermagem.
Pacientes cadastrados na AAPCMR também são contemplados com o projeto de
complementação alimentar que oferece cestas básicas mensais.
A
instituição também desenvolve projetos como a Pedagogia Hospitalar, em
funcionamento na Pediatria da Liga Mossoroense de Estudos e Combate ao Câncer
de Mossoró e Região (LMECC), para dar suporte pedagógico às crianças e
adolescentes em tratamento, por meio de duas pedagogas cedidas pelo Estado do
RN.
Para
as mulheres mastectomizadas, a AAPCMR oferece próteses mamárias artesanais,
importantes para minimizar os riscos de desenvolverem problemas na coluna. Já o
grupo Toque de Mama, tem como proposta partilhar as vivências de luta contra o
câncer entre suas integrantes.
A
instituição também desenvolve o projeto Ateliê Amor em Fios, através do qual um
grupo de voluntárias produz perucas de fios naturais, com mechas doadas pela
população, para serem emprestadas às pacientes que, em virtude do tratamento,
perderam o cabelo e desejam fazer uso da peruca.
Para
reafirmar a importância do diagnóstico precoce na luta contra o câncer, a
Associação desenvolve ao longo do ano um trabalho de Educação em Saúde,
realizado por meio de palestras e rodas de conversas voltadas a diferentes
públicos.
Para
dar suporte aos pacientes do Alto Oeste, a instituição conta ainda com um
Núcleo em Pau dos Ferros. O objetivo é acompanhar pacientes com neoplasias
malignas, através de atividades motivacionais, visitas, palestras e
atendimentos. Através de parcerias com profissionais de saúde que atendem
voluntariamente, o Núcleo consegue ofertar atendimento médico e fonoaudiológico
para os pacientes e atendimento psicológico para pacientes e familiares. Além
disso, a entidade também realiza a doação de cestas básicas.
Captação
de recursos
Como
é uma instituição filantrópica, a AAPCMR possui também algumas iniciativas para
captação de recursos.
O
La Belle Salão de Beleza, por exemplo, oferece serviços como hidratação,
escova, manicure e pedicuro para o público em geral, com o diferencial de ter a
renda revertida para a instituição.
Outra
forma de captação é o espaço Amor que acolhe, loja cedida pelo Partage Shopping
Mossoró, destinada a artigos cuja renda obtida com a venda é destinada à
Associação.
Com
apoio do Instituto Duda e Adelina, a AAPCMR põe em prática ainda o Retalhos de
Amor. Mulheres que integram o projeto confeccionam produtos diversos com base
na técnica de patchwork, para venda na própria instituição ou no espaço Amor
que acolhe.
Como
ajudar a AAPCMR
Para
colaborar, a população também pode realizar doações de gêneros alimentícios,
material de limpeza, itens de cama, mesa e banho ou dedicar o próprio tempo,
através do trabalho voluntário.
Os
interessados podem contribuir ainda com doações financeiras, por meio do
telemarketing da instituição, cujo número é o (84) 98899-5064, ou por meio de
depósito bancário em nome da AAPCMR, no Banco do Brasil, Agência: 4687-6,
Conta: 14.230-1.
Assessoria
AAPCMR Casa de Apoio
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relacionada à divulgação
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