Por Soraya Mendes Guimarães
Assistente Social – Casa Durval Paiva
CRESS/RN 1249
O primeiro
contato do serviço social é com a família e a criança/adolescente logo após
receberem o diagnóstico de câncer, eles são acolhidos, recebem as primeiras
orientações sobre o apoio e serviços disponíveis durante o tratamento do câncer
e também os encaminhamentos para resolver suas demandas iniciais. Normalmente
quem mais se expressa durante o acolhimento são os pais/responsáveis. Mas o que
se passa na cabeça dessas crianças e adolescentes quando recebem o diagnóstico
de câncer? Para responder essa questão vamos relatar aqui uma conversa que
tivemos com uma adolescente de 17 anos, diagnosticada com Leucemia.
“Reconstruir
o que eu conheço, como é difícil, para minha mãe, para o meu pai e para mim
também não é fácil, mas a gente começa juntos. Recebemos a notícia difícil, mas
precisamos viver com isso. Mas o que é isso? Isso é o desconhecido que
precisamos conhecer. Muitos exames no hospital, a radioterapia e a
quimioterapia, às vezes vomito muito. A casa que não é minha, quero ir para
casa mas não posso. Aí descubro que preciso começar a conhecer novas pessoas,
novos amigos que também passam pelo mesmo que eu, novas tias que não são de
verdade mas que vão me ajudar, começar a ser feliz com o que tenho. As vezes
choro sozinha, para não preocupar mais a minha mãe, choro por me sentir só, as
vezes por não saber o que vai acontecer, porque estou triste com saudade do meu
pai, dos meus irmãos, do meu namorado... O que ele vai fazer quando meu cabelo
cair? Eu vou ficar feia e por isso eu choro também. Quando recebo notícias de
casa ou vejo uma foto do meu pai aí eu choro porque queria estar lá, como era
antes. Mas estou aprendendo com as minhas tias o que é a Leucemia e como lutar
contra ela para ficar boa e voltar para casa logo. Estou aprendendo a me ver
diferente de antes e conviver com essa doença até ficar boa.”
Na Casa de
Apoio Durval Paiva convivemos diariamente com crianças e adolescentes que são
diagnosticada com câncer ou com doenças hematológicas crônicas. Esses pacientes
adolescentes além das inseguranças comuns da idade também convivem com a
situação nova, de tratamento e enfretamento da doença. A mudança radical do seu
cotidiano, o distanciamento dos seus familiares e amigos, o afastamento da
escola, a nova rotina de exames e tratamento apresentam-se como novos
obstáculos a serem superados.
Para
ajudá-los a enfrentar o período de tratamento existe uma equipe
multidisciplinar formada por assistente social, psicóloga, dentista, terapeuta
ocupacional, fisioterapeuta, pedagoga, nutricionista e farmacêutica que a
partir do conhecimento da situação de cada paciente, traça estratégias de
intervenção junto ao mesmo, de acordo com a situação de vulnerabilidade
apresentada.
Assessoria de Comunicação Casa Durval Paiva
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